sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

E a crise é do Euro?

Supostamente a crise é do Euro, pelo menos é essa ideia que os anglo-saxónicos querem fazer passar mas olhando para os bancos que maiores quedas sofreram em bolsa em 2011, apenas 3 são da zona Euro.

Os que têm o pior desempenho são o Inglês Lloyds, que sofreu uma queda de mais de 61% principalmente por causa de resultados deprimidos na área da banca de investimento devido à fraca evolução macro-económica do Reino Unido. Em 2º lugar vem o falido Bank of America, cujas cotações desceram 59,5%.

Da zona Euro apenas o Société Generale teve uma performance semelhante, com uma queda de 58.5%.




Ver também:

CHART OF THE DAY: The Worst Performing Big Bank Of The Year

Votos de um excelente 2012, no Euro!

DS

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Boas Festas!

A "No3XIT Entertainment", uma recém-formada produtora independente Portuguesa, acaba de lançar um dos jogos que melhor reflecte a actualidade da nossa sociedade nesta quadra de festas. O jogo chama-se "Ca'Crise Moço!" e é um pequeno side-scroller2D que faz automaticamente lembrar o universo de Super Mario. Contudo, aqui o objectivo não é salvar a princesa mas sim tentar atingir a meta com o mínimo de prejuízo possível.

Pelo caminho teremos de evitar as malvadas SCUTS, as bigornas do IVA, o buraco da Madeira, os "inocentes" Coelhos ou até a mal-amada Troika enquanto ouvimos uma versão 8-bit de "Let it Snow". Depressa chegarão à conclusão que é praticamente impossível sobreviver à crise.

Poderão experimentar este inteligente e hilariante jogo no seguinte endereço:

BOAS FESTAS NO3XIT!

Votos de uma boa passagem de ano,

DS

Carta ao Sr. Primeiro Ministro

Caro Pedro Passos Coelho,

Não tendo votado directamente em si, votei no seu governo de coligação. Não votei em si na altura por 2 motivos: por ser contra maiorias absolutas que, na minha opinião, conferem demasiado poder a uma só pessoa mas também um pouco por desconhecer as suas ideologias.

A mim não me interessa nada se tem um curso superior, com que idade o finalizou, onde mora ou se é bom orador. A mim e julgo que ao país interessa mais saber se é competente, inteligente, íntegro e se é um líder. Infelizmente, a maioria dos Portugueses parece não pensar como eu e votam em qualquer um desde que seja do "seu" partido, como autênticos carneiros num rebanho. Depois Portugal inteiro é que sofre. E o país está neste momento num enorme sofrimento.

Votei no no seu governo pois, na minha opinião, era o único que iria fazer o seguinte:

1- Dizer a verdade aos Portugueses sobre a grave situação financeira deixada pelo anterior governo e resolvê-la o mais rápido possível;

2- Incentivar principalmente o trabalho, o mérito, a competitividade, a produtividade, o empreendedorismo, as exportações e o emprego com direitos mas também com deveres;

3- Reduzir ao máximo o peso do estado na economia pois esta é comprovadamente ruinosa para o país; desincentivar a preguiça, a dependência dos subsídios e procurar combater a corrupção, a cunha…

Escrevo-lhe para felicitá-lo porque, até agora, não me tem desiludido. Alguns criticam-no muito mas a culpa da situação em que se encontra o país é da inteira responsabilidade do anterior executivo mas também deles - os que votaram nesse executivo, 2 vezes seguidas! Votaram por ignorância ou por estupidez? Sinceramente não sei bem. Talvez as duas. Os Portugueses sofrem agora com a austeridade porque, no passado, acreditaram que o estado poderia engordar e gastar sem limites, endividando-se. Acreditaram num conto do vigário e, mais um vez, foram enganados...

Na minha opinião, apesar das gravíssimas circunstâncias em que encontrou o país, o seu governo tem sido do melhor, um governo como já não se via desde a década de 90, na altura do Cavaco Silva que por sinal é do seu partido. 

Votos de um excelente 2012 para si e família,

DS


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Mark Mobius na CNBC

Eis a última entrevista de Mark Mobius, da Templeton Emerging Market Group, à CNBC na qual o gestor da fala do risco que os derivados representam, da Europa, das injecções de liquidez por parte dos bancos centrais e dos mercados emergentes:



Votos de uma excelente semana,

DS

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mercados vendem a notícia

Depois de terem comprado o rumor da operação de refinanciamento a 3 anos por parte do BCE, os mercados Europeus vendem a notícia e olham com precaução para o "sucesso" desta operação.

Se por um lado a operação foi realmente um sucesso porque o montante alocado de 489 mil milhões de euros foi muito superior aos esperados 300-350 mil milhões de euros, por outro lado uma maior alocação significa que os bancos Europeus estão em pior forma do que o mercado previa...

Actualização: às 13h30 sai a 3ª estimativa do PIB Americano relativamente ao 3º trimestre. É esperado um crescimento de 2% relativamente o trimestre homólogo do ano passado. Qualquer coisa abaixo disso será mal visto pelos mercados...

Votos de boas festas,

DS

Enviado do meu telemóvel Nokia

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

LTRO anima bolsas

As bolsas Europeias fecharam hoje em forte alta, influenciadas pelo inicio da operação de re-financiamento a 3 anos do BCE, a LTRO (Long Term Refinancing Operation).

Mas não se entusiasmem muito pois esta não é nenhuma solução para o problema. A LTRO será apenas mais um pontapé para a frente, ou seja, mais um remendo temporário na ferida do Euro.

Aquilo que é preciso para resolver esta crise já foi aqui referido e envolve um maior compromisso por parte do BCE, algo como assegurar 50% das necessidades de financiamento dos paises da zona Euro...

Ver também:

Quem vai salvar a Itália e a Espanha?

Votos de boas festas,

DS

Enviado do meu telemóvel Nokia

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Reformas na Suiça limitadas a 1700 Euros

Eis uma reportagem da RTP 2 que não passou no horário nobre da informação, provavelmente porque é um assunto melindroso... Isto sim é um país a sério:



Se o vídeo embebido não estiver a funcionar, eis o link directo:

Mundo - Reformas na Suíça com tecto máximo de 1700 euros - RTP Noticias, Vídeo

Cumpts., DS

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Sugestões para o Natal

Não querendo desviar leitores das pipocas e dos cocós e companhia deste cantinho à beira mar plantado, resolvi este ano dar algumas sugestões úteis para o Natal. Sem mais demoras:

1- Em primeiríssimo lugar, o mealheiro com muita pinta para quem vive em algum dos 3 PIIGS em recessão ;-):


2- Em segundo lugar, umas fantásticas galochas para se poderem deslocar no lamaçal que anda este país e os outros 4 PIIGS:



3- Em terceiro lugar, outro mealheiro - este de emergência - para o caso do 1º porquinho não chegar para as encomendas:



4- Em quarto lugar, este livro que explica a gestão para quem "é como um boi a olhar para um palácio" no que diz respeito à gestão dos erários públicos, ou seja, para a maioria dos políticos e detentores de cargos públicos importantes:



5- E finalmente, como não poderia deixar de ser um gadget da moda para quem não quer deixar de impressionar o(a) seu(sua) mais que tudo:



Aproveitem bem este último feriado do ano,

DS

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sanções para quem tem excedentes orçamentais?


O recém eleito líder do PS - António José Seguro - lançou hoje de manhã, durante a conferência do Diário Económico subordinada ao tema "Há outro caminho" em Lisboa, esta rara pérola: 

"Não entendo porque não se fala em sanções para quem tem excedentes e não os coloca ao serviço da economia. Não percebo porque é que na União Europeia, os países não ajudam as exportações de economias em situação mais difícil".

Sanções para quem tem excedentes? De onde me saiu este cromo?? Tem curso superior ou é já da maravilhosa fornada das novas oportunidades??? Para quem tiver vontade de rir mais um bocado, sugiro a leitura na íntegra da notícia do Económico aqui.

Depois deste bom momento de diversão e falando de assuntos mais sérios, aqui fica o aspecto de uma economia global sujeita ao rebentamento de 2 bolhas. Isto para quem trabalha por conta de outrém nos EUA, ou seja, o consumidor Americano:


Cumprimentos,

DS

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mais um ressalto técnico

Depois dos dados preliminares do emprego nos EUA (ADP report) e da notícia da descida de 50 p.b. (pontos base) na taxa "swap" nas transações em euro, yen, libras, francos Suíços, e dólares Canadianos por parte da FED, a maior parte dos mercados Europeus fecharam com um ganho entre 4 e 5%.

No entanto, este será provavelmente mais um ressalto técnico pois o problema do excesso de alavancagem dos bancos Europeus e de dívida dos estados da maioria dos países desenvolvidos continua por resolver...

Votos de um bom feriado,

DS

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Irá o BCE imprimir?

Desde o princípio da crise soberana Europeia, a Alemanha tem sido contra uma intervenção forte e sustentada por parte do BCE. Esta teimosia dos Alemães deve-se às memórias ainda vivas do período de hiperinflação dos anos 20 e que antecedeu a Grande Depressão e a subida de Hitler ao poder.

A Alemanha também parece querer castigar os prevaricadores que não respeitaram o tratado de Maastrich. Os Germânicos querem erradicar uma mentalidade muito anglo-saxónica de "moral hazard" que existe actualmente no meio financeiro.

No entanto, à medida que os mercados têm cada vez mais dúvidas sobre a capacidade de países como Portugal e a Grécia de cumprir as suas gigantescas obrigações financeiras e essas dúvidas se vão alastrando para o núcleo da zona Euro, penso que a Alemanha tomará a decisão de deixar o BCE comprar pelo menos uma parte significativa das necessidades de refinanciamento dos países sob pressão nos mercados.

Já tinha referido anteriormente que esta era a única saída credível para a actual crise Europeia e que a alternativa - deixar cair os prevaricadores - seria muito mais custosa para a própria Alemanha pois implicaria uma zona Euro muito mais pequena...

Ver também:

Quem vai salvar a Itália e a Espanha?

Cumprimentos,

DS

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

H&S complexo activado no Nasdaq Composite

Com o fecho da passada 6ª feira, o Nasdaq Composite activou um Head & Shoulder complexo. Segundo Thomas Bulkowsky, o objectivo mínimo do padrão são os 2521$. Eis o gráfico (cortesia do StockCharts.com):



Curiosamente existe um gap nessa zona dos 2521$ e, por isso, é possível que haja algum tipo de reacção técnica aí. Depois disso é natural que as quedas não fiquem por aqui pois, na minha opinião, a correcção iniciada no passado mês de Agosto terá sido apenas o princípio de um movimento correctivo que levará as bolsas até perto dos mínimos de 2009...

Finalmente e para começar a semana com boa disposição, eis um cartoon muito oportuno:




Ver também:

Bulkowsky's Complex Head-and-Shoulders Top
Dax nos 38.2% de Fibonacci
O Socialismo Ibérico   

Votos de ums excelente semana,

DS

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Quem vai salvar a Itália e a Espanha?

Tal como previsto por diversos economistas (John Mauldin, Nouriel Roubini, entre outros), a crise soberana Europeia está agora a assumir novas proporções com a Itália e a Espanha no epicentro e com a Bélgica e a Áustria a verem os seus os "spreads" relativamente à Alemanha a dispararem.

Pessoalmente, só vislumbro duas soluções para se estancar esta hemoragia que ameaça já o coração da zona Euro e, assim, destruir todo o bloco:

1. O BCE implementar imediatamente um programa de compra entre 50% a 75% das necessidades de refinanciamento de todos os os países periféricos por um período indeterminado. Essa é, quanto a mim, a melhor solução nesta fase pois permitiria manter o bloco coeso, implicando mesmo assim um esforço dos países para reduzirem as suas dívidas;

2. Expulsar os membros periféricos cuja dívida relativa ao PIB exceda os 100% até que estes voltem a um patamar inferior a 60%, ou seja, a um nível sustentável. Esta é, na minha opinião, a alternativa menos desejável pois teria implicações indesejáveis para o país expulso mas também para o bloco.

Entretanto, os mercados Europeus já descem quase 1%...
Cumprimentos,

DS

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Roma a arder

De facto, começa a ser cada vez mais óbvio que o Euro não passa de uma intenção dos Eurocratas refugiados em Bruxelas. Senão vejamos quem são os membros do clube da bancarrota:



Agora o centro das atenções é a Itália pois os juros das suas obrigações atingiram hoje os 7.5%, influenciados pela notícia de que a LCH Clearnet SA irá subir a partir de amanhã as margens requeridas para se negociar obrigações Italianas, Francesas e Espanholas (*). Por exemplo, a margem para negociar obrigações Italianas a 5 anos subiu de 4.95% no passado mês de Outubro para 9.45% já amanhã. Ou seja, praticamente o dobro!

Entretanto o DAX não aguentou com tanta incompetência dos Eurocratas (que num dia acordam uma coisa mas no outro metem-na a referendo ou esquecem-se pura e simplesmente de a implementar) e já cai mais de 2%, para baixo dos 5950 (ver também DAX nos 38.2% de Fibonacci).

PS: ultimamente tenho tido pouco tempo para escrever, algo que deverá continuar até ao fim do ano.

(*) - ver anúncio aqui.

Votos de uma excelente semana,

DS

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

ZEW volta a cair

O ZEW voltou a cair pela 7ª vez consecutiva e situa-se agora nos -43.3 pontos, valor que só foi visto em Dezembro de 2008 quando o índice que mede a confiança dos empresários Alemães estava nos -45.2 pontos. A média histórica é de 25.6 pontos. Eis o gráfico do ZEW desde Outubro de 2006:



Sobre o ZEW não há muito mais a dizer a não ser que é cada vez mais provável que a economia Alemã - e da maioria dos países desenvolvidos - entre em double-dip.

Quanto ao DAX, este reagiu muito mal nos 38.2% de retracement de Fibonacci e caminha agora a passos largos para os mínimos de Agosto passado, ou seja, para a zona dos 5000. Resta ver como será a reacção aí mas tudo indica que este suporte será quebrado...

Ver também:

DAX nos 38.2% de Fibonacci
Warren Buffett: ainda estamos em recessão

Cumprimentos,

DS

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

DAX nos 38.2% de Fibonacci

O DAX chegou hoje aos 38.2% de retracement de Fibonacci da sua onda w3 (não visível no gráfico), iniciada no início do mês de Julho. Eis o gráfico (cortesia da MarketWatch):


DAX

Se o DAX conseguir ir mais longe, algo que ainda considero possível, os 50% retracement de Fibonacci, ou seja, os 6250 são o próximo objectivo. De salientar ainda a forte resistência na zona dos 6200, que já tinha funcionado anteriormente como resistência em Abril de 2006 e como suporte em Março de 2008.

O comissário Europeu José Manuel Durão Barroso vai apresentar hoje um plano para recapitalizar os bancos Europeus. A ver vamos se sai dali alguma coisa de jeito mas já tenho um pressentimento que este será mais um plano de "tanga" pois apresentar um plano de recapitalização sem antes ter um plano credível de reestruturação da dívida Grega não faz sentido: é por o carro à frente dos bois...

Cumprimentos,

DS


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A crise da Dívida nos EUA

Ou porque a Europa está certa e Obama está errado

Eis o comentário, traduzido para Português, de Michael Sauga, editor da revista Alemã "Der Spiegel". O que estiver entre chavetas ([]) são comentários meus:

"O presidente dos EUA, Barack Obama, sugeriu recentemente que a Europa deve assumir mais dívida para estimular a economia. Em primeiro lugar, foi essa confiança no dinheiro barato que nos levou à crise actual - tanto na Europa como nos EUA. O problema da América não é ter pouco dinheiro. É a falta de produtos competitivos.

"O Jarro Quebrado" é uma das peças mais frequentemente encenadas nos teatros Alemães. Com o juiz Adão, de uma pequena localidade, que julga um crime que ele próprio cometeu, Heinrich Von Kleist criou uma das figuras clássicas de comédia da literatura mundial.

Actualmente, Barack Obama parece estar a retratar uma versão moderna do juiz de Kleist. Ele é cada vez mais crítico em relação aos Europeus por supostamente terem exacerbado a crise económica em curso com a sua prudência. O seu público, no entanto, parece sentir que a situação pela qual Obama lamenta teve origem no seu próprio país.

Ela decorre de uma doutrina que dominou o pensamento económico nas duas últimas décadas e é composta por dois elementos: turbo-capitalismo, cujo único princípio é que qualquer regulação dos mercados financeiros inibe o crescimento, e o seu mais obsequioso, mas não menos perigoso irmão, turbo-keynesianismo.

Os economistas americanos, presidentes de bancos centrais e formuladores de política fiscal têm reinterpretado a ideia inteligente do economista britânico John Maynard Keynes de que o consumo público, ou seja, o aumento da presença do estado na economia é a melhor maneira de contrariar uma recessão económica grave e transformaram-na numa receita permanente. Na versão deles da teoria Keynesiana, uma diminuição do crescimento ou um declínio dos preços das acções solicita os bancos centrais e os governos, respectivamente, a baixar imediatamente as taxas de juros e a lançaram programas de estímulo económico. Os economistas dos EUA chamam a isso "dar um pontapé inicial" na economia [como se de futebol se tratasse].

Lançando as bases para o próximo "crash"

O único problema [único mas suficientemente grande para estragar a "estratégia" destes "génios"] é que este método de encorajar o crescimento não tem estimulado a economia Norte-Americana nos últimos anos mas, pelo contrário, colocou-a em rota de colisão. Desde a crise Asiática, passando pela bolha tecnológica e acabando na bolha imobiliária e do "subprime", os programas de estímulo económico encorajados pelos formuladores de políticas monetária e fiscal têm sido regularmente as bases para o próximo acidente em vez de encorajar o crescimento sustentável. Por exemplo, na última década, o volume de empréstimos nos Estados Unidos cresceu cinco vezes mais do que a economia real.

O dinheiro barato foi o adubo para os excessos do sector financeiro dos EUA. As taxas de juros baixas seduziram os correctores de hipotecas a convencer mesmo os sem-abrigo a pedir créditos hipotecários. E as mesmas taxas tornaram mais fácil aos bancos de investimento e "hedge funds", usando estruturas de empréstimos cada vez mais arriscadas, transformar os outrora vagarosos sectores seguradores e obrigaccionistas em autênticos casinos.

Agora a bolha estourou. No entanto, isso não fez com que o governo dos EUA concluísse que as suas prescrições poderão ter sido erradas. Pelo contrário, agora querem aumentar a dose. Obama tem planos para continuar o muito mal sucedido programa de estímulo económico de 2008 através de um novo programa para este ano. Enquanto isso, o presidente da Reserva Federal Ben Bernanke diz que pretende inundar a economia com liquidez barata - durante anos, se necessário.

O verdadeiro problema, porém, é um diferente. Na economia Norte-Americana não falta dinheiro. Em vez disso, faltam produtos que possam competir no mercado global. O país tem um profundo défice comercial mas a administração Obama está a pedir dinheiro emprestado quase ao mesmo ritmo do que a falida Grécia.

Um fim rápido

Nem mesmo o sector financeiro, com a sua afeição por dinheiro barato, acredita que este é o caminho para os Estados Unidos saírem da crise. Quando a Fed anunciou recentemente a nova versão da sua política de taxas de juro baixas, que ficou conhecida como "Twist", os mercados accionistas resvalaram em vez do impulso esperado.

É ainda mais desconcertante que Obama esteja agora a recomendar aos Europeus que imitem a sua estratégia falhada. Para salvar o Euro, o presidente propôs que a Europa assuma mais dívida para aumentar os seus fundos de resgate e estimular as suas economias. Como um médico apanhado a prescrever esteróides, Obama não escolheu terminar as suas actividades. Pelo contrário, ele tenta garantir que o máximo número de pessoas possível tenham acesso às suas drogas.

O facto de que os Europeus não estão dispostos a cumprir com a estranha lógica de Obama dá motivo para esperança. Não faz sentido acumular mais e mais dívida em cima de pilhas de dívida já instáveis. O mundo não tem pouca dívida, tem muita.

Obama deve rever o seu conselho, ou ele poderá acabar como o juiz da pequena aldeia na comédia de Kleist. Quando sua fraude foi descoberta, ele foi forçado a fugir e os seus dias como juiz chegaram rapidamente ao fim."

Quem quiser ler o artigo na versão Inglesa pode fazê-lo aqui. Quem quiser a versão em Alemão, pode fazê-lo aqui (com assinatura).


Votos de um excelente fim-de-semana,

DS

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A crise segundo Einstein

Visto que ultimamente só se fala de crise, parecce-me oportuna esta definição de crise segundo um dos maiores cérebros da humanidade: Albert Einstein. Eis o que significava a crise para ele:

Não vamos fingir que as coisas vão mudar se continuarmos fazendo as mesmas coisas. A crise pode ser uma bênção real para qualquer pessoa, para qualquer nação. Pois todas as crises trazem progresso.

Tal como o dia nasce da noite escura, a criatividade nasce da angústia. É na crise que a invenção, as descobertas e as grandes estratégias nascem. Quem supera crise, supera-se a si mesmo, sem ficar superado. Quem culpa a crise do seu fracasso negligencia o seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. Incompetência é a verdadeira crise.

O maior inconveniente de pessoas e nações é a preguiça com a qual eles tentam encontrar as soluções para seus problemas. Não há desafio sem uma crise. Sem desafios, a vida torna-se numa rotina, uma lenta agonia. Não há mérito sem crise. É na crise que podemos mostrar o melhor de nós. Sem uma crise, qualquer vento torna-se num toque macio. Falar da crise é promovê-la. Não falar dela é exaltar o conformismo. Em vez disso, vamos trabalhar duro.

Vamos parar de uma vez por todas a crise ameaçadora que representa a tragédia de não estar disposto a superá-la.

Cumprimentos,

DS

Dejá vu

Eis um gráfico da parte da equipa do Citi que mereceu a minha especial atenção. O título do estudo é: "para aqueles que não acreditam, a história repete-se mesmo". Os analistas do Citi descobriram que o fecho do S&P 500 no passado dia 3 de Outubro foi o mesmo que há exactamente 3 anos atrás, ou seja, no dia 03 de Outubro de 2008. Em ambos os dias o S&P viria a fechar nos 1099.23. Eis o gráfico (cortesia do Business Insider):


Já sabemos o que aconteceu depois do fatídico dia 03 de Outubro 2008: os jogadores...perdão os investidores...entraram em pânico e, em apenas 5 sessões, o S&P 500 perdeu 24%!

Mas há mais uma curiosidade que não sei se estará no estudo do Citi pois não tive acesso a ele: o passado dia 03 de Outubro foi um "90/90 down day". Já em 2008, houve uma porrada de sessões deste tipo: os dias 09,15,17 e 29 de Setembro foram todos "90/90 down days"...

Ver também:

Correcção à vista?
Chart of the day: For Those Who Don't Believe That History Repeats Itself...


Cumprimentos,

DS

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Análise técnica da Apple

A Apple (AAPL), que se encontra-se limitada por um canal ascendente desde meados de 2010, parece querer testar a linha de tendência (LT) inferior do canal.

Ainda não sei como será a reacção a essa LT mas presumo que haverá algum tipo de reacção positiva, nem que seja de pouca dura. No entanto, convém salientar que tem havido alguma distribuição nas últimas semanas, como se pode ver pelo volume assinalado no gráfico (cortesia da MarketWatch):


Hoje, o novo CEO da Apple irá apresentar o iPhone5. A ver vamos mas os rumores que correm é que não terá grandes novidades: o processador um pouco mais rápido (da ARM, um ecrã de 3.5'' a 4'' e uma câmara de 8M pixels...

Cumprimentos,

DS

domingo, 2 de outubro de 2011

Nein, Nein, nein, e a morte da UE União Fiscal

O último artigo de Ambrose Evans-Pritchard, editor de negócios internacionais do "The Telegraph", é algo pessimista mas ilustra bem o que os mercados temem. Eis alguns excertos, em Português:

"A julgar pelo comentário, tem havido um mal-entendido colossal no mundo em torno do que acabou de acontecer na Alemanha. O significado da votação de ontem (Ambrose refere-se à votação da passada 5ª feira) pelo Bundestag para tornar o EFSF (de 440 M€) mais flexível, não quer dizer que o resultado tenha sido um "Sim".

Este consentimento foi uma conclusão precipitada, dado o apoio da oposição democrata Social e Verdes. Em qualquer caso, o voto apenas ratifica o acordo alcançado pela UE há mais de 2 meses - o que é muito pouco, vem tarde demais e tornou-se em grande parte inútil pela volatilidade e velocidade dos recentes eventos.

O significado é totalmente o oposto. O debate furioso sobre a erosão da soberania fiscal e democracia Alemá - bem como os custos crescentes da máquina de resgate da UE - tornou absolutamente claro que o Bundestag não vai sustentar as ruínas de uma união monetária por muito mais tempo.

Horst Seehofer, líder dos cristãos Sociais da Baviera, disse que o seu partido iria "até aqui, e não mais longe".

A questão de se aumentar o capital do EFSF para € 2,000 mil milhões de Euros ou qualquer outra quantia, seja por alavancagem ou por outras formas menos convencionais nem sequer se põe! "Os mercados financeiros estão a começar a perguntar se os Alemães podem pagar toda essa ajuda. Não devemos por em risco a solvabilidade do estado Alemão", disse ele.
"

Pessoalmente, sou da opinião de que a Europa conseguirá sair desta crise fortalecida mas sem antes apertar bem os calos aos prevaricadores: sobretudo a Grécia, Portugal e a Irlanda.

Leia o resto do artigo (em Inglês) aqui.

Cumprimentos bearish,

DS

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A origem da crise?

José Maria Carrilho esteve ontem na TVI24 e afirmou que (passo a citar):

"Na origem da crise que estamos a viver está o projecto que Cavaco Silva lançou no país nos anos 80. Era um modelo que apostava na política do betão, que apostava nas qualificações mínimas, que apostava na mão-de-obra barata, que apostava no turismo de massas. Todo um conjunto, todo um modelo, de que nós hoje estamos a pagar a factura."

O Presidente da República não precisa que o defendam mas vou tomar a liberdade de responder a esta afirmação vinda de uma pessoa que é certamente um leigo em questões económicas e que, depois de ter sido afastado pelo PS de Sócrates, apenas procura um lugar na cena política:

O Dr. Cavaco Silva apostou no betão porque, na altura, o país precisava e a UE comparticipava a totalidade ou uma boa parte. Como 1º ministro fez, entre outras, as seguintes obras que se encontram na sua maioria pagas:

  • Centro Cultural de Belém;
  • Expo 98;
  • Gare do Oriente;
  • Ponte Vasco da Gama;
  • Comboio na Ponte 25 de Abril;
  • A1 (Porto-Lisboa demorava 8h quando chegou ao governo, actualmente demora 3h);
  • Vias rápidas no interior: IP2,IP3,IP4;IP5, IC1 e IC2;
  • A3 e A4;
  • Cril;
  • Crel

Já os políticos do PS que vieram depois dele fizeram as seguintes obras, a grande maioria com recurso a empréstimos externos e/ou a PPP (Parcerias Público-Privadas) que nos levaram à actual situação financeira.

Eis as "obras" de José Sócrates:

  • Programa de Modernização das escolas secundárias através da empresa pública Parque Escolar (PE), cujo endividamento se cifra actualmente na ordem dos 946 milhões de Euros
  • Computador Magalhães. A dívida da Fundação para as Comunicações Móveis, usada para contratualizar a distribuição dos computadores Magalhães com a empresa JP Sá Couto, é de 65 milhões de Euros.
  • Programa Novas Oportunidades, E-Escolas/E-Escolinha.

E as de António Guterres:

  • PSDCUT (Primeiro Sem, Depois Com Custos Para o Utilizador) A28, praticamente paralela à A3, pois não se distancia mais do que 20 Km desta;
  • PSDCUT (Primeiro Sem, Depois Com Custos Para o Utilizador) A29, completamente paralela à A1 até Aveiro Sul;
  • PSDCUT (Primeiro Sem, Depois Com Custos Para o Utilizador) A17 e A8, praticamente paralela à A1, pois não se distancia mais do que 20 Km desta;
  • Pseudo TGV que, apesar de ainda não ter percorrido nenhum quilómetro, já custou 300 milhões de Euros aos cofres do estado. 
Cumprimentos,

DS

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ainda sobre o último "plano" da FED

A FED, ao intervir no mercado e forçar as taxas de juro de curto e longo prazo a níveis absurdamente baixos, é responsável pela incerteza e desconfiança sobre o futuro que predomina nas mentes da maioria dos investidores. É principalmente por causa destes 2 factores que os investidores não querem investir! O que Ben Bernanke e a sua equipa incentivam é apenas a especulação. 

Normalmente, quando se investe em projectos de longo prazo com maiores retornos e mais produtivos, o capital líquido transforma-se em capital ilíquido. A capacidade de previsão de fluxos de caixa após os impostos é a chave aqui mas num ambiente com taxas de juro em mínimos dos últimos 30 anos, torna-se complicado fazer previsões...  

Os especuladores, no entanto, são indiferentes ao tipo de activos que possuem (lixo ou qualidade). O seu horizonte de tempo é muito mais curto do que o dos investidores e eles estão apenas à procura de mais um tolo a quem despachar os seus activos a preços mais elevados. O preço é, por isso, a única variável que importa para eles.

Parece que está aí mais um "short covering"...

Ver ainda:

Operação "torce e dispara"?
A teoria do mais tolo 

Votos de uma excelente semana,


DS

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Operação "torce e dispara"?

Nos últimos dias tem havido um enorme frenesim nos mercados sobre o que iria ser decidido nesta última FOMC (Federal Open Market Committee) que terminou ontem.

Ontem, às 19h15 horas Portuguesas, BB - de Ben Bernanke - divulgou a sua última criação monetária que consiste muito simplesmente em trocar dívida do tesouro de curto prazo pelo mesmo tipo de dívida, mas de longo prazo.O "plano" é, segundo BB, descer as taxas de juro de longo prazo. Conclusão, esta operação que ficou conhecida nos mercados como "Twist and Shout", parece antes mais um exercício do tipo "Close you eyes and Shout"...

Nota para BB: o problema da economia Americana e de todos os outros países desenvolvidos não são taxas de juro elevadas, que estão em mínimos dos últimos 30 anos, mas sim a desalavancagem do sector privado e agora até mesmo do sector público, esta última forçada pelos mercados de dívida pública pois dos políticos não se espera que sejam responsáveis...

V. Ex.as não querem impedir e até incentivaram no passado recente as diversas bolhas especulativas, vão ter de gramar com a factura e com juros bem mais altos do que aqueles que querem manipular para baixo... E já agora, leiam o último "Investment Outlook" de Bill Gross a ver se aprendem alguma coisa de útil...

Cumprimentos bearish,

DS

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Mais um ressalto técnico

Nos últimos dias assistimos a mais um ressalto técnico que parece estar hoje a perder força (momentum). Vejam o gráfico horário do DAX em baixo, onde é possível identificar 2 factores bearish nos seguintes indicadores:

  1. Divergência bearish no indicador de momentum;
  2. Cruzamento em baixa a linha de sinal do MACD, a média exponencial de 9 horas, neste caso.



Assim sendo, penso que é muito provável um teste aos recentes mínimos. Depois disso, se esses mínimos serão quebrados ou não, não o sei...

PS: ultimamente não tenho tido muito tempo para escrever, o que deverá continuar até ao fim deste mês

Votos de um excelente fim-de-semana,

DS

domingo, 11 de setembro de 2011

Conferência de imprensa de Jean-Claude Trichet

A última conferência de imprensa de Jean-Claude Trichet, na passada 5ª feira, foi no mínimo bastante acalorada. Trichet responde da seguinte forma a uma pergunta de uma jornalista sobre a vontade de alguns cidadãos Alemães quererem voltar ao Marco:

"Vivemos em um mundo que tem os preços, e os preços têm de ser guardados por homens com obrigações. Quem vai fazer isso? Você? Você, Sylvia Wadhwa? Eu tenho uma responsabilidade maior do que você poderia imaginar. Choram por Lehman Brothers e amaldiçoam Ben Bernanke. Você tem esse luxo. Você tem o luxo de não saber o que eu sei. Que o colapso do Lehman, embora trágico, provavelmente salvou os bancos. E minha existência, enquanto grotesca e incompreensível para você, salva bancos. Você não quer a verdade porque, no fundo, em lugares de que provavelmente não fala em festas, quer que eu esteja neste comité, precisa de mim neste comité. Usamos palavras como taxa, objectivo e expectativa. Nós usamos essas palavras como a espinha dorsal de uma vida passada defendendo algo. Você usa-as em proveito próprio, ganha a vida pronunciando-as. Eu não tenho tempo nem disposição para explicar a um homem que se levanta e dorme sob o manto da estabilidade de preços que eu forneço, e depois questiona a maneira como o faço. Eu preferiria que se limitasse a me dar os parabéns e que continuasse o seu caminho. Caso contrário, eu sugiro que você agarre umas obrigações Gregas e tente não sofrer uma imparidade. De qualquer maneira, eu não quero saber do que você acha que tem direito!"

Eis o link para o vídeo da Reuters:

Trichet defends legacy at ECB, hits back at German criticism, Thomson Reuters: Reuters Insider

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Non Farm Payrolls = 0, seriamente?

Aparentemente, o joginho das revisões em baixa dos dados macro-económicos Americanos continua. Senão, vejam o que aconteceu aos Non Farm Payrolls (NFP) do mês passado: saíram a 117 mil mas depois, quando já "quase ninguém" liga (eu ligo), fizeram a revisão em baixa para 85 mil. Ora, isto representa um erro de 27%...!

Hoje os NFP saíram a 0, acreditam? É que 0 é sempre muito melhor do que menos qualquer coisa e daqui a dentro de umas semanas sempre podem fazer a respectiva revisão em baixa que poucos se irão aperceber...

É um pouco como o GDP que estará muito provavelmente a roçar o 0 mas ainda fingem que é 1%... Enfim, com isto o DAX já cai 3.5% e os 5121 estão aí ao virar das esquina...

Ver também:

Análise Técnica do DAX
O jogo das revisões em baixa

Votos de um excelente fim-de-semana,

DS

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mercados aguentam

Os mercados parecem querer, para já, aguentarem-se nos suportes (5400 para o DAX) e iniciar um rally de consolidação.

No Eurostoxx 50 e no Dow Jones temos um triângulo simétrico que parece querer quebrar em alta. No entanto, este padrão tem a fama de fazer um 1º falso breakout pelo que todo o cuidado é pouco... Eis o gráfico do padrão no Eurostoxx 50:



Votos de uma excelente semana,

DS

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Análise técnica do DAX

Esta semana não tive muito tempo para escrever pois as oportunidades de trading foram mais do que muitas e o dia só tem 24 horas...

Vamos agora à análise:

Tudo indica que os mercados estão a caminhar a passos largos para mais um perna para baixo, no que poderá ser a última correcção antes de termos um rally em condições. No caso do DAX, como é visível no gráfico abaixo, os próximos suportes dignos desse nome são os 5121€ (retracement de 61.8% de Fibonacci do todas as subidas desde Março 2009) e os 5077€, antiga resistência em fecho semanal:




Só ainda não percebi se esta é a última fase do Bear Market, com a sua terrível W5 e novos mínimos abaixo dos de 2009 ou se está é já a 1ª fase do Bull Market e apenas uma violenta w2 da W1 mas, sinceramente, não estou muito preocupado com isso...

Ver também:

Dax testa penúltimo suporte

Votos de um bom fim-de-semana,

DS

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

VIX activa Pennant

O VIX quebrou hoje em alta a LT descendente superior de um Pennant, activando-o. Este é um padrão de curto prazo, pelo que deve ser negociado apenas nesse horizonte de tempo. Eis o gráfico (cortesia da MarketWatch):

O objectivo mínimo é a zona dos 50 mas penso que, para já, não deverá ir muito mais longe pois esta zona dos 50 é de forte resistência pois foi nesta zona que o VIX fez um "lower high" em Março de 2009.

Para concluir, uma pequena reflexão. Como o mercado gosta de enganar o máximo número de participantes possível, os mínimos da passada 5ª feira (5488 no DAX e 1102 no S&P 500) serão provavelmente quebrados em breve mas algo me diz que essa quebra não será definitiva, pelo menos para já...

Votos de um bom fim-de-semana,

DS

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Análise técnica ao CAC 40

O índice das 40 maiores empresas Francesas, o CAC 40 (*), está a testar um importantíssimo suporte que, se quebrado, o leverá automaticamente a tombos superiores a 15%.

Estou a falar do suporte nos 2958€ que é o último suporte digno desse nome antes do mínimo absoluto de Março de 2009, situado nos 2465€. Ligeiramente acima do actual e ainda suporte também se encontra o retracement de 61.8% de Fibonacci de todo o rally, nos 3116€. Eis o gráfico (cortesia do MarketWatch):



Finalemente, uma pequena reflexão: a violência com que as bolsas Europeias e Americanas têm corrigido nas últimas 3 semanas é tipicamente um sinal bullish para o longo prazo pois depois deste tipo de correcções costuma vir a bonança: foi assim em 1998, em 1987 e noutras ocasiões mas a ver vamos...

(*) - CAC vem do Françês "Cotation Assistée en Continu" que significa Cotação Assistida Contínua.

Votos de um excelente fim-de-semana,

Dax Speculator

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Bye bye 6715

Esta semana foi certamente a pior semana desde o "flash crash" de 06 de Maio 2010. Os mercados parecem estar cada vez mais controlados por programas de HFT (High Frequency Trading) que, de repente, parecem perceber que o cidadão comum ainda não viu qualquer tipo de recuperação económica, que todos os países (e não só a Europa) desenvolvidos estão numa crise de dívida soberana e que essa crise não se resolverá com mais dívida, nem da noite para o dia e entram em pânico, despachando tudo o que podem a qualquer preço.

Hoje tivemos finalmente algumas boas notícias: os NFP (Non Farm Payrolls, um dos dados económicos mais relevantes) de Julho saíram acima das expectativas: 117K contra 84K esperados e 46K no mês anterior.

Por isso, apesar dos 6715 e dos 6483 terem sido trespassados como se nada fosse, continuo a pensar que iremos ter uma reação técnica/short covering pois com uma queda semanal de 12% no caso do DAX, algum tipo de reacção técnica terá de aparecer. Caso contrário teremos é um crash...

Ver também:

DAX testa penúltimo suporte
Mercados sinalizam quedas

Votos de um bom fim-de-semana,

DS

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

DAX testa penúltimo suporte

A zona entres os 6715 e os 6845 são o penúltimo suporte para o DAX. Depois, o último suporte são obviamente os mínimos de Março, ou seja, os 6483. Eis o gráfico (cortesia do StockCharts):



Parece-me provável uma reacção/short covering nesta zona pois os "ursos" não vão querer atacar o último suporte - 6483 referidos acima - sem antes recuperarem algum fôlego. Eu sei que esta é uma leitura algo empírica mas é aquela que faz mais sentido para mim. Mas antes disso, os 6715 têm de aguentar!

Cumprimentos,

DS

sexta-feira, 29 de julho de 2011

PIB cresce 1.3%

Antes de falar no PIB do 2º trimestre, eis porque as bolsas já estão em modo bearish: o PIB do 1º trimestre foi revisto DEFINITIVAMENTE em baixa de 1.9% para, imagine-se, 0.4%! Ora, isto representa uma margem de erro de quase 80%!! Depois disto, é de pensar 2 vezes antes de tomar decisões de investimento com base em estatísticas governamentais....

Quanto ao PIB do 2º trimestre, esse foi um pouco melhor mas é apenas a 1ª estimativa: 1.3% foi o que puderam arranjar... Eis os detalhes, segundo o Briefing:

- O 1º olhar para o PIB do 2º trimestre foi também uma decepção pois o crescimento manteve-se abaixo do potencial (2,7% - 3,0%) pelo 4º trimestre consecutivo. O PIB cresceu 1,3% depois de aumentar uns modestos 0,4% no 1º trimestre. O consenso era de 1,7%;
- As vendas a retalho - que excluem as variações de stocks - aumentaram 1,1% no 2º trimestre, depois de não ter tido variação no 1º trimestre.

Votos de um excelente fim-de-semana,

DS

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mercados sinalizam quedas

Os mercados têm estado muito nervosos nos últimos dias.

Actualização: como carreguei no "enviar" antes do tempo, vou actualizar a mensagem com um gráfico semanal actualizado do DAX, onde podemos ver 2 padrões bearish: 1 divergência bearish e um mais do que provável duplo topo, cujo objectivo é a zona dos mínimos do passado mês de Março, nos 6483:



Finalmente, como se está a aproximar o mês de Setembro (estatisticamente, o pior mês para as bolsas) não vejo motivos para optimismos e recomendo posições bearish ou, no mínimo defensivas.

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Enviada a partir do meu dispositivo móvel

terça-feira, 26 de julho de 2011

Dados Macro

Esta semana serão conhecidos 2 dados macro-económicos Americanos importantes: a confiança do consumidor, hoje às 15h00, e as encomendas de bens duradouros, amanhã às 13h30.

No que diz respeito ao índice de confiança do consumidor, é um dos indicadores que sustentam o meu pessimismo de longo prazo pois tem vindo a cair desde o fim da bolha tecnológica. No médio prazo, já recuperou 50% da queda desde 2007 mas continua (e deverá continuar) bastante fraco pois as actuais políticas em vigor deverão apenas conseguir prolongar a dor... Para hoje é esperado um valor abaixo do anterior (55 vs 58.5):


Quanto às encomendas de bens duradouros, aplica-se o mesmo raciocínio que no índice de confiança do consumidor pois, 2 anos depois do "fim da recessão", este ainda continua 50% abaixo dos máximos de 2007. Para amanhã e relativamente ao mês de Junho espera-se um aumento de 0.5%:



Isto foi tudo o que a teoria económica que tem sido praticada nos últimos anos pelos estados e bancos centrais conseguiu. O seu mentor, John Maynard Keynes, era da opinião de que para contrariar as recessões económicas, o estado podia substituir-se ao sector privado. No entanto, passada mais de um década a praticar o "Keynesianismo", eis o estado das finanças do colosso Americano (cortesia do MoneyGame):



Ver também:

Neoliberalismo
Escola Keynesiana

Votos de uma excelente semana,

DS

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Europa 1 - EUA 0

O eixo Franco Alemão deu ontem prova de que farão tudo o que estiverem ao seu alcance para salvar o Euro.

O envolvimento dos credores privados no novo pacote de ajuda Grego significa que o nível da dívida Grega, que é actualmente de 160 por cento do PIB, deverá cair 12 pontos percentuais. A taxa de juros que a Grécia deverá pagar pelos seus empréstimos ao EFSF também foi reduzida para 3,5 por cento, o que irá diminuir a sua despesa com juros em 12 pontos percentuais.

Decisivo para o sucesso do acordo foi a aprovação do Banco Central Europeu. O BCE tinha sido rigorosamente contra qualquer envolvimento dos credores privados pois não queria correr o risco das agências de rating verem tal movimento como um incumprimento. Agora o BCE aceitou a conversão da dívida Grega sob certas condições.

No próximo mês de Outono, os detentores de títulos de dívida Grega terão a oportunidade de trocar esses títulos por novos papéis garantidos pelo EFSF. A troca deverá ocorrer em apenas alguns dias e de forma ordeira. Os novos títulos terão uma duração entre 15 e 30 anos com uma taxa de juros de 3,5 por cento. Assim, os líderes da zona do Euro dão tempo mais do que suficiente para a Grécia voltar a crescer e aos mercados.

O plano provavelmente levará as agências de rating a baixar a Grécia para "falência" durante vários dias no próximo Outono. Mas os líderes Europeus consideraram o risco controlável. Quando os novos títulos garantidos pelo EFSF serão emitidos, a Grécia deixará de ser considerada "default". Pelo menos o plano é esse. Exatamente como os mercados irão reagir, obviamente, ninguém sabe...

Entretanto, do outro lado do atlântico, nada foi feito e o dia 2 de Agosto está aí ao virar da esquina...

Votos de um excelente fim-de-semana,

DS

terça-feira, 19 de julho de 2011

Dow Jones encontra suporte

Hoje serei breve. Vou apenas destacar 2 aspectos técnicos que considero relevantes no gráfico diário do Dow Jones Industrial ($INDU):


Em primeiro lugar, no dia 24 de Junho houve uma clara acumulação. Em segundo lugar, para já, o suporte dos 12391$ funcionou na perfeição. Assim e se não houver mais más surpresas inesperadas para além da crise soberana, o objectivo óbvio para o Dow Jones será a resistência e último máximo relativo, nos 12876$. Depois disso, "faites vos jeux".

Votos de uma boa semana,

Dax Speculator

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Tecto da dívida Americana

Eis um excelente cartoon de Ed Stein sobre um assunto que irá certamente mexer com os mercados pois o problema da dívida soberana Europeia já começa a ter "teias de aranha":




O tecto da dívida Americana será obviamente aumentado pois todos - Republicanos e Democratas - temem a falência dos EUA. No entanto, o que realmente é crucial no médio prazo serão o tipo de medidas concretas que poderão ser tomadas para reduzir o endividamento federal pois, quanto mais tarde agirem, mais difícil será: os Republicanos querem uma redução séria das despesas federais mas os democratas, que estão no poder, não. Política pura!

Já Warren Buffett tem outra opinião:

"A nação não deveria ter de tomar decisões cruciais sobre o tecto da dívida com uma arma apontada à cabeça, disse Warren Buffett a Becky Quick da CNBC. O Tesouro pode pedir às empresas que paguem antecipadamente os impostos que vencem em Setembro, se necessário." Eis a entrevista à CNBC:





Quanto à reacção dos mercados, penso que só não reagirão bem se realmente houver cortes drásticos na despesa...

Um bom fim-de-semana,

DS

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Que mau tempo


Depois de umas merecidas férias na Croácia (a foto de cima é da porta de Pile, na parte velha de Dubrovnik) e em Moledo, estou de volta ao casino...perdão aos mercados que parecem estar de mau humor hoje.

O temporal que acabou com o "short covering" vem de Itália, cuja dívida pública totalizava, no final do passado mês Abril, a astronómica soma de 1.890 mil milhões de euros. Entretanto de Bruxelas só ouvimos piropos de gente ignorante como este último da comissária europeia para a Justiça, Viviane Reding, que propôs hoje o desmantelamento das três agências de "rating" norte-americanas. Isso é um bocado como o Benfica querer o desmantelamento do Porto... A Europa tem mais é de se defender, criando as suas agências de rating e estas classificarem a pornográfica dívida pública dos EUA de mais de 21.000 mil milhões de dólares como lixo, que o é! Assim, os Americanos e os Ingleses vão se rindo às nossas custas pois, apesar de estarem no mesmo barco do que nós, conseguiram desviar o sentimento negativo dos mercados obrigacionistas para a zona euro...

Ver também:
Cenários para o DAX
Factbox: Italy's public debt and domestic banks' exposure
Dívida pública dos EUA aumenta 19%!


Votos de uma excelente semana,

Dax Speculator

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Cenários para o DAX

Na minha opinião, o DAX (e os mercados mundiais) irá em breve iniciar
um movimento de short covering cujo objectivo mínimo serão os 7350.
Isto se os 7000 aguentarem firmemente pois, caso contrário, teremos a
continuação das quedas das últimas semanas.

No entanto, as probabilidades de short covering são elevadas pois
tivemos já uma tentativa falhada de quebrar em baixa os níveis do
passado mês de Março.

Estando de férias, só voltarei a escrever na segunda semana de Julho.

Cumprimentos,

DS

terça-feira, 21 de junho de 2011

Paulo Morais: AR é centro da corrupção em Portugal

Paulo Morais, vice-presidente da organização Transparência Internacional, disse aquilo que muitos suspeitam mas ninguém ousa dizer: a AR é o centro da corrupção em Portugal!

Morais justifica-se dizendo que há muitos deputados que são, simultaneamente, administradores de empresas que fazem negócio em Portugal. Claro que isso é um enorme conflito de interesses pois quando é preciso decidir entre defender os interesses do estado ou os das empresas, são quase sempre os interesses das empresas que prevalecem. Alias, só assim se consegue compreender a renegociação dos contratos da SCUT's, que irão custar 58 vezes mais ao estado e que terão sido dos últimos "negócios" ruinosos do anterior executivo!

Eis o vídeo:





Cumprimentos,

DS

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Nokia continua líder indiscutível

Tem-se falado muito na perda de mercado por parte da Nokia mas apesar disso, segundo a Gartner, no final do 1 trimestre deste ano a Nokia continuava a ser líder de mercado com quase 108 milhões de unidades vendidas, a quilómetros de distância do competidor mais directo, a sul coreana Samsung:




Em termos de sistemas operativos, o Android já é líder de mercado mas qual é o benefício que os respectivos fabricantes (Samsung, LG, ZTE, HTC...) retiram disso? Não muito pois têm de dividir esse sucesso com a Google, que ganha com a publicidade, e entre eles. Por isso, olhei para o gráfico da Nokia e pareceu-me ver divergências bullish e as suas cotações baterem no fundo de um canal descendente:



Votos de um bom fim-de-semana,

DS

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Acordo político alcançado

Como já tive oportunidade de referir, não costumo contribuir para o debate político aqui no blog mas, em ocasiões em que a política for determinante para a evolução da economia nacional, fá-lo-ei. Hoje é uma destas ocasiões.

De seguida irei transcrever as partes mais objectivas do acordo político recentemente alcançado entre o PSD e o CDS/PP para a próxima legislatura. O Governo de coligação terá como preocupação fundamental da sua actuação ao longo da legislatura a realização dos seguintes objectivos:

a. Gerir e resolver a grave situação financeira, assumindo os custos e as condicionantes inerentes. Para o efeito, o Governo compromete-se com a execução de um Plano de Estabilização Financeira e de um Plano de Emergência Social que proteja os mais vulneráveis, bem como com o cumprimento dos termos do Memorando de Políticas Económicas e Financeiras acordado entre o Governo Português, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional. Queremos reconstruir a confiança da comunidade internacional em Portugal e acautelar o prestígio do nosso país no processo de construção europeia e no quadro da Lusofonia;

b. Criar condições para acelerar a retoma do crescimento económico e a geração de emprego, com vista à melhoria das condições de vida dos cidadãos, apostando na valorização do trabalho e repondo a mobilidade social, especialmente para os mais jovens. O Governo promoverá o aumento da produtividade e da competitividade como via para o crescimento económico sustentado e para a criação de emprego, tornando-se um factor de segurança para os Portugueses.

c. Garantir o Estado Social através da criação de condições para a sua sustentabilidade económica, financeira e inter-geracional, evitando a exclusão social, assegurando uma mais justa repartição dos sacrifícios, mediante uma ética social na austeridade que proteja em particular os grupos mais frágeis da sociedade, nomeadamente os pensionistas com pensões mais degradadas.

d. Iniciar as transformações estruturais necessárias para um crescimento sustentável a todos os níveis: travar e reduzir o endividamento do Estado e diminuir a sua despesa, nomeadamente através da redução de estruturas e dirigentes em todos os níveis do Estado e do seu sector empresarial; assegurar o reforço da independência e da autoridade do Estado, garantindo a não partidarização das estruturas e empresas da Administração e assegurando uma cultura de mérito, excelência e rigor em todas, com enfoque na qualidade dos serviços prestados ao cidadão.

e. Abrir um novo horizonte de futuro à juventude, preparando-a para a empregabilidade e a competitividade na nova sociedade do conhecimento, actuando sobre a qualidade e a exigência do sistema de ensino com promoção do mérito, do esforço e da avaliação; e desenvolvendo a ciência, a tecnologia, a inovação, o ensino técnico-profissional e a formação contínua no mundo empresarial.

f. Aumentar a poupança, reduzir o endividamento externo, exportar mais e melhor e depender menos das importações, através de políticas adequadas de ajustamento macroeconómico e reforçando a inovação, o empreendedorismo, a acção externa coerente e uma nova política energética. Acreditamos no papel insubstituível da iniciativa privada, pelo que daremos atenção especial às PME e adoptaremos políticas que contribuam para o aumento da sua produtividade e competitividade. O Governo valorizará os novos sectores estratégicos, designadamente os que têm maior impacto nos bens transaccionáveis, dando a devida prioridade à agricultura e florestas, à economia do mar e das pescas, ao turismo e à cultura, promovendo uma política de proteção ambiental e um desenvolvimento sustentado do território, sem descurar todos os restantes sectores que contribuam para o aumento da capacidade exportadora, que será crítica no curto e médio prazo para a criação de postos de trabalho e para o aumento do rendimento.

g. Remover bloqueios e constrangimentos à recuperação económica, com especial destaque para as seguintes reformas: da concorrência e dos respectivos reguladores; do mercado de trabalho, viabilizando a empregabilidade e a contratação; do mercado de arrendamento, promovendo a mobilidade, a reabilitação urbana e a diminuição do endividamento das famílias; do sistema fiscal, valorizando nomeadamente o trabalho, a família e a poupança; da Segurança Social, garantindo a sua sustentabilidade, a solidariedade inter-geracional e a progressiva liberdade de escolha, nomeadamente dos mais jovens.

h. Reformar a justiça, tendo em vista a obtenção de decisões mais rápidas e com qualidade, tornandoa num estímulo ao desenvolvimento económico e ao investimento. Será prioridade do próximo Governo a recuperação da credibilidade, eficácia e responsabilização do sistema judicial e o combate à corrupção.

i. Promover o desenvolvimento humano e social, qualificando os portugueses para a era da globalização onde o conhecimento terá uma importância acrescida. O Governo defenderá a humanização da prestação de cuidados de saúde e a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde. O Governo reconhece a importância da economia social e pugnará pela máxima utilização da capacidade instalada, nomeadamente nos sectores da educação, saúde e solidariedade.

j. Garantir a condição primeira do exercício da liberdade, que é a segurança dos cidadãos, nomeadamente através do reforço da motivação das forças de segurança e da sua eficácia operacional.

Em termos gerais eu não diria melhor. No que diz respeito ao ponto c., penso que deveriam ter dito "restituir" em vez de "garantir", uma vez que o anterior governo foi o maior destruidor do estado social desde o 25 de Abril. Gostei do ponto d. mas gostaria que tivessem ido mais longe, tais como "nomeadamente através da redução DA PARTICIPAÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA, ACTUANDO APENAS EM SECTORES ESTRATÉGICOS". Ou seja, reestruturar as RTP's, TAP's, CP's... e depois vendê-las aos privados!

Concluindo, vem aí o tudo ou nada para o país com o qual um dia D. Afonso Henriques sonhou. Atingir a maior parte destes objectivos é a única forma de evitar que esse sonho se transforme num pesadelo...!

Boa sorte Portugal,

DS

Contágio já está aí

A solução para a Grécia é cada vez mais difícil pois, à medida que o tempo passa, a situação tem vindo a agravar-se e não a melhorar. Segundo os Credit Default Swaps (CDS) a 5 anos, a probabilidade de falência da Grécia é de 77%.

No que diz respeito a Portugal e à Irlanda, o tão temido contágio está já a acontecer pois a União Europeia não tem conseguido evitá-lo. Mais, a continuar assim, a Europa do Euro revela-se um projecto cada vez mais difícil de concretizar com sucesso...

No que diz respeito só a Portugal, a probabilidade de falência é actualmente de quase 50%. A esperança é que o próximo governo de Portugal consiga desfazer toda a porcaria que o governo anterior fez, uma tarefa que será certamente muito difícil pois a bomba da dívida já está em contagem decrescente...

Actualização: o contágio já está a chegar a nuestros hermanos pois os CDS já estão a cotar acima dos 300 (não visível no gráfico):


Cumprimentos,

DS

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Enviada a partir do meu dispositivo móvel

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Analise técnica da Portugal Telecom

Nas últimas 3 semanas, a Portugal Telecom acumula quedas de 20%. O dividendo de 1,3€ parece ter sido a causa da violência do movimento correctivo.

Tecnicamente, estamos provavelmente perante um "Dead-Cat Bounce". Tal como mandam as regras, o volume no dia do gap é elevado. Como o nome o indica, poderemos ter um "bounce", ou seja uma reacção técnica à queda, que poderá durar cerca de 4 a 5 semanas. Eis o gráfico (cortesia da Bousorama):


No entanto, não aconselho a abertura de posições longas neste título visto que o potencial é para baixo: depois do "bounce", o normal é termos mais 9 a 10 semanas de quedas. No que este padrão pode auxiliar é na tomada de mais-valias temporárias nas posições curtas. Para além disso, foi quebrado o canal ascendente de longo prazo (ver gráfico abaixo):




Cumprimentos,

DS

terça-feira, 14 de junho de 2011

Bill Gross: os EUA estão piores que a Grécia

Bill Gross, da Pimco, cedeu ontem uma entrevista à CNBC das quais destaco as seguintes partes:

"Se adicionarmos todas as verbas devidas para cobrir as obrigações futuras em programas sociais, os EUA estão realmente em pior situação financeira do que a Grécia e outros países europeus periféricos.

Grande parte do foco está na dívida pública da nação, que é de 1.430.000 milhões de dólares. Mas isso não inclui o dinheiro garantido para a Medicare, Medicaid e Segurança Social, que totalizam os 50.000.000 milhões de dólares, segundo dados do governo.

O país também tem outras dívidas, tais como as relacionados com os programas de resgate do sistema financeiro após a crise de 2008 e 2009, mostram dados do governo.

Tomados em conjunto, Gross coloca o total da dívida soberana dos EUA em cerca de 100.000.000 milhões de dólares. Estas estimativas, embora um pouco altas, colocam o país numa posição fiscal em nada invejável e cuja solução não será encontrada do dia para a noite."

Eis o vídeo de toda a entrevista à CNBC (em Inglês):






PS: parece que o short covering está aí...

Votos de uma excelente semana.

DS

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Short covering?

Depois de terem caído uns 7%, os mercados estão agora algo sobre-vendidos.Para além disso estamos na zona dos 61.8% de retracement de Ficonacci desde os mínimos do passado mês de Março e o sentimento continua muito complacente pelo que a "música da recuperação" não deverá ter acabado ainda, apesar de não faltar muito.

Por isso, é bem provável que os mercados iniciem um short covering nos próximos dias. A "boa notícia" poderá ser um novo acordo a Grécia...

Votos de um bom feriado,

DS

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Enviada a partir do meu dispositivo móvel

sexta-feira, 3 de junho de 2011

FEFSS perde 8%

A notícia é do jornal I mas já tinha sido referido, no início de Abril, aqui no blog (ver FEFSS compra dívida nacional) o risco desta estratégia de aumentar a exposição às posições perdedoras. Já diz há muito tempo o ditado: "quando estás num buraco, pára de cavar...".

Segundo o mesmo jornal, a exposição do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) aumentou a sua exposição aos títulos de dívida pública nacional de 53 para 58%.

Concluindo, será que o FEFSS está a querer substituir-se ao Banco de Portugal ou será a gestão desse organismo público altamente politizada? Ou serão mesmo "como bois a olhar para um palácio"?? De qualquer forma, politizada ou incompetente vem dar ao mesmo, não é...?

Ver também:
Fundo da segurança social perdeu 8%. Valor dava para pagar um mês de pensões
FEFSS compra dívida nacional