quinta-feira, 30 de abril de 2009

DUPLO FUNDO NA ROYAL DUTCH SHELL

A Royal Dutch Shell PLC (Shell) é uma holding que detém, directa ou indirectamente, investimentos em numerosas empresas. A Shell está empenhada globalmente nas suas principais actividades, o petróleo e o gás natural. A companhia opera em 5 segmentos: exploração e produção, gás e energia, areais petrolíferos, produtos petrolíferos e químicos. O negócio da exploração e produção pesquisa e extrai petróleo e gás natural a nível global. O segmento do gás e energia liquefica o gás natural e transporta-o para os clientes. O processo GTL (Gas To Liquid) transforma o gás natural num combustível inflamável e limpo e nos produtos sintéticos. O negócio de areais petrolíferos extrai betume e converte-o em petróleo sintético que, por sua vez, pode ser transformado numa diversidade de outros produtos. A área de produtos petrolíferos produz, transfere e vende globalmente um leque de produtos petrolíferos para uso doméstico, industrial e logístico. Finalmente, o segmento dos produtos químicos produz petroquímicos para clientes industriais.

A nível fundamental, a Shell é um gigante do seu sector (Energético). O destaque vai para a evolução do seu EPS (Ganho Por Acção), que tem sido muito positivo e consistente nos últimos anos.

Tecnicamente, estamos na presença de um duplo fundo prestes a ser activado. Isso acontecerá com fecho acima dos 17.85€. Eis o gráfico (cortesia do Boursorama):




Um excelente dia do Trabalhador,

Dax Speculator

quinta-feira, 23 de abril de 2009

BROADENING WEDGE NA SEMAPA

A Semapa Sociedade de Investimento e Gestão SGPS, SA é uma holding sediada em Portugal envolvida em dois sectores industriais: a indústria do cimento e da indústria de papel e celulose. Através do grupo Secil (segmento do cimento), opera três fábricas de cimento em Portugal e uma na Tunísia. A Secil fabrica e comercializa cimento cinzento e branco. A companhia também opera um serviço ao cliente e uma unidade de distribuição de cimento para o mercado Português. O grupo Portucel Soporcel (segmento da indústria de papel e celulose), detido maioritariamente pela Semapa, já foi analisado em "CUNHA DESCENDENTE NA PORTUCEL".

Os fundamentais da empresa são, à semelhança da Portucel, medianos e existem também lacunas do lado da divulgação de informação financeira por parte da empresa: até ao momento, não consegui saber qual a política de dividendos da empresa (pelo menos não constam dos dados da Reuters), o que não é muito apelativo. Para além disso e para não variar pois esta é uma empresa Portuguesa com certeza, a dívida de longo prazo é excessiva (uma vezes e meia o seu capital próprio). Do lado positivo, destaque para o generoso Retorno Sobre o Capital Próprio dos últimos 5 anos de 27%.

Em termos técnicos, no gráfico semanal (cortesia da Boursorama), a empresa reagiu mal ao topo do canal descendente e começou a corrigir:



No gráfico diário temos a possibilidade de termos uma Ascending Broadening Wedge, que é uma cunha ascendente que vai alargando com o tempo. Esta cunha na Semapa necessita de confirmação com mais 2 toques em cada uma das suas linhas ascendentes:



Neste padrão, é aconselhado agir da seguinte forma:

  1. Comprar no 3º toque na linha ascendente inferior (a menos inclinada);
  2. Nunca vender ou entrar curto no 3º toque da linha ascendente superior (a mais inclinada).

Bons investimentos,

Dax Speculator

quarta-feira, 22 de abril de 2009

PREVISOES RUINOSAS

Depois de ter lido ontem mais um excelente economista defender o cenário deflacionista e o investimento em obrigações do Tesouro Americano e em maturidades longas (10 ou 30 anos) para os próximos tempos, cenário quanto a mim pouco provável e investimento ruinoso pelo motivos já referidos em "INFLAÇAO OU DEFLAÇAO?", decidi tentar perceber porque a maior parte dos analistas e economistas falham nas suas previsões.

Note-se que estou a falar de um economista qualquer. O economista de que falo - cujo nome não interessa divulgar para aqui - sabe 10 vezes mais macro-economia do que eu mas, mesmo assim, falhará muito provavelmente nesta sua última previsão.

Cheguei à conclusão que esses falhanços acontecem quase sempre por um ou mais dos seguintes factores:
  • Completo ou profundo desconhecimento dos ciclos económicos que, certamente, não se ensinam na maior parte das Universidades;
  • Cenário previsto predeterminado e influenciado pela própria carteira de investimentos pessoal ou institucional;
  • Dificuldade em reconhecer mudanças macro-económicas em tempo útil.

Um bom resto de semana,

Dax Speculator

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Mais uma avaria "técnica"

Hoje de manhã a abertura da NYSE Euronext foi adiada por "motivos técnicos". Até agora a Euronext ainda não deu quaisquer explicações sobre o que sucedeu.

O que é realmente curioso é o timing que estes "problemas técnicos" costumam ter: ora em mercados sobre vendidos, ora em mercados sobre comprados (como é o caso agora)...

É caso para dizer que não há coincidências!

Votos de boas mais-valias, ;-)

Dax Speculator

sexta-feira, 17 de abril de 2009

JERONIMO MARTINS

A Jerónimo Martins SGPS, SA (JMT) é uma holding Portuguesa que se dedica principalmente ao comércio de retalho e grossista em Portugal e na Polónia. O seu negócio está estruturado em três segmentos: Distribuição, Produção e Serviços. No segmento da distribuição, a empresa opera super e hiper-mercados (Pingo Doce, Feira Nova e Recheio) em Portugal e lojas de desconto (Biedronka) e farmácias (BLISKA Apteka Na Zdrowie) na Polónia. Na área da Produção, opera através da Unilever Jerónimo Martins Lda, especializada em produtos para cozinhar, azeite, chás, sopas, salgados, lar e cuidados pessoais, gelados e outros produtos alimentares. O segmento dos Serviços é composto por três filiais: Jerónimo Martins Restauração e Serviços, Hussel e Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de Consumo, que estão activas no comércio especializado, assistência alimentar e cosmética (dados da Reuters).

No aspecto fundamental, a empresa apresenta também ela (o que começa a ser recorrente nas empresas Portuguesas) uma dívida de longo prazo algo excessiva (deve 1.13 vezes o seu capital próprio) e teve nos últimos 5 anos margens líquidas muito reduzidas (3.03%, talvez por culpa da referida dívida?). O único aspecto positivo digno de relevo é o seu elevado retorno sobre capitais próprios nos últimos 5 anos (~=28%).

Em termos técnicos, no gráfico semanal, a JMT apresenta a possibilidade de fazer um duplo fundo, sendo necessário uma confirmação com um fecho semanal acima dos 4.34€ (gráficos retirados do BolsaPT):



No gráfico diário temos outra possibilidade: uma cunha ascendente, também ela a ter de ser confirmada com um fecho abaixo da linha ascendente inferior (a mais acentuada):




Para a semana publicarei uma análise semelhante sobre a Semapa.

Um bom fim-de-semana,

Dax Speculator

quinta-feira, 16 de abril de 2009

REDUZIR OS SALARIOS?

Ultimamente tenho lido opiniões de vários economistas nacionais e defenderem uma redução dos salários como meio para combater a crise.

O último que li com essa mesma opinião foi Vítor Bento, presidente da SIBS, defendendo que, como Portugal não pode desvalorizar a sua moeda - agora o Euro, reduzir os salários provocaria efeitos similares na economia.

No entanto, o que os defensores dessa tese esquecem é que, para além de aumentar artificialmente a nossa produtividade, essa medida iria também e de imediato reduzir mais ainda o consumo interno, anulando-se provavelmente a ela própria e tendo por isso pouco impacto na nossa economia.

Resumindo e concluindo, o nosso problema da baixa produtividade não se resolve com este tipo de artimanhas (à boa moda Portuguesa) mas sim, entre outros, com:
  • Melhor educação nas escolas e universidades (não confundir melhor com mais, qualidade com quantidade);
  • Mais e sobretudo melhor formação nas empresas e instituições públicas;
  • Menos corrupção e favoritismo nas contratações, tanto no sector público como privado;
  • Menor absentismo no sector público e privado.

Um bom fim-de-semana,

Dax Speculator

terça-feira, 14 de abril de 2009

HANGING MAN NO DOW JONES

Depois de rever alguns gráficos diários e semanais, detectei um padrão de Candlesticks que aprecio bastante, o Hanging Man.

Este padrão está presente no Dow Jones Industrial, no S&P 500 e até nalguns índices Europeus mas como está mais bem definido no Dow Jones, vou mostrar apenas o gráfico semanal deste último:


Ao negociar este padrão, é de ter em atenção aos seguintes pontos:
  1. Este padrão requer confirmação: um fecho semanal abaixo do fecho da semana passada, ou seja, abaixo dos 8083 e temos o padrão confirmado;
  2. Falta agora saber até onde irá a presumível correcção mas é de esperar uma pequena ou, no máximo, uma média correcção, talvez entre os 38.2% e 50% do recente rally.
Errata: no ponto 2 acima, onde estava "mas não é de esperar uma pequena ou, no máximo, uma média correcção" queria dizer "mas é de esperar uma pequena ou, no máximo, uma média correcção".

Uma boa semana,

Dax Speculator

DAX A PERDER MOMENTUM

Após umas merecidas férias na zona centro do país, famosa pelo vinho da Bairrada, o leitão da Mealhada e, entre outros, os pasteis de Tentugal, vou fazer um comentário à situação técnica de curto prazo do DAX.

Após os meus 2 últimos posts sobre os mercados (ver "PRESSÃO VENDEDORA CONFIRMADA" e "PANICO COMPRADOR"), acabei por entrar curto após ter realizado boas mais-valias do lado longo. Esse trade viria a revelar-se um erro e tive de inverter por stop loss no dia 1 de Abril. Apesar disso, as menos-valias desse trade não foram significativas e a decisão de inverter revelou-se acertada pois as mais-valias entretanto realizadas já cobriram essas menos-valias. O importante a retirar aqui é que, como especuladores, devemos sempre reconhecer os erros o mais cedo possível!

Eis então o gráfico de 120 minutos (*) do DAX:


É bem visível a divergência bearish do Momentum relativamente à cotação do DAX e, por isso, é de esperar uma pequena correcção nestes níveis. Assim sendo, é aconselhável fazer algumas mais-valias, sobretudo nas posições longas alavancadas.

(*) - Normalmente prefiro analisar gráficos de 120, 180 ou até 240 minutos pois permitem eliminar o ruído existente nos gráficos de 60 minutos (1 hora).

quarta-feira, 1 de abril de 2009

AINDA O TEMA INFLAÇAO/DEFLAÇAO

Para completar um pouco a minha mensagem de ontem (ver "INFLAÇAO OU DEFLACAO?"), na qual justifico as minhas expectativas inflacionistas, vou hoje rever alguns factores que estão a ser usados para defender a teses deflacionista.

Em finais de Fevereiro 2008, previ estar para breve uma forte correcção no Ouro ("WHY THE DOWNSIDE IN GOLD?"). Nessa altura o Ouro cotava a 975 USD/Onça e estava a aproximar-se da barreira psicológica dos 1000 USD/Onça. 2 semanas depois, o Ouro começou um movimento de correcção que o levaria até aos 681 USD/Onça, uma correcção de 35%. Claro que, para alguns, 2 semanas antes seria "cedo demais" mas, para mim, considero ter sido bem a tempo. Dois meses depois, em Abril 2008, publiquei mais 2 análises (ver "QUE TENDÊNCIAS SEGUIR?" e " "PARA ONDE VAI O CRUDE?") - em que eram basicamente invocados os mesmos factores do que no Ouro mais o factor do rebentamento das 2 bolhas (imobiliário e crédito) para defender a minha tese deflacionista.

E quais eram os meus motivos? Do ponto de vista técnico, estávamos na presença de um Bump-and-Run Reversal Top, um dos padrões mais fiáveis e rentáveis da análise técnica. Do ponto de vista fundamental, era a previsível inversão da equação oferta/procura com a mais do que previsível diminuição da procura motivada pela forte recessão (que previ já em finais de 2006) e o continuar do aumento da oferta proveniente dos projectos petrolíferos e mineiros iniciados em 2006 e 2007. Para além disso, considerava que o rebentamento de uma bolha era um acontecimento deflacionista, logo o rebentamento de 2 bolhas quase em simultâneo (imobiliário e crédito) teria de ser muito deflacionista...

Pois bem, os economistas estão agora a usar principalmente estes 2 argumentos para justificarem mais deflação para os próximos anos. Apesar de 2009 ser muito provavelmente o ano em que a economia irá bater no fundo e, por isso, ainda termos deflação pelo menos no 1º semestre, estes argumentos estão, na minha opinião, a serem usados tarde demais...

Votos de uma excelente semana,

Dax Speculator