segunda-feira, 27 de junho de 2011

Cenários para o DAX

Na minha opinião, o DAX (e os mercados mundiais) irá em breve iniciar
um movimento de short covering cujo objectivo mínimo serão os 7350.
Isto se os 7000 aguentarem firmemente pois, caso contrário, teremos a
continuação das quedas das últimas semanas.

No entanto, as probabilidades de short covering são elevadas pois
tivemos já uma tentativa falhada de quebrar em baixa os níveis do
passado mês de Março.

Estando de férias, só voltarei a escrever na segunda semana de Julho.

Cumprimentos,

DS

terça-feira, 21 de junho de 2011

Paulo Morais: AR é centro da corrupção em Portugal

Paulo Morais, vice-presidente da organização Transparência Internacional, disse aquilo que muitos suspeitam mas ninguém ousa dizer: a AR é o centro da corrupção em Portugal!

Morais justifica-se dizendo que há muitos deputados que são, simultaneamente, administradores de empresas que fazem negócio em Portugal. Claro que isso é um enorme conflito de interesses pois quando é preciso decidir entre defender os interesses do estado ou os das empresas, são quase sempre os interesses das empresas que prevalecem. Alias, só assim se consegue compreender a renegociação dos contratos da SCUT's, que irão custar 58 vezes mais ao estado e que terão sido dos últimos "negócios" ruinosos do anterior executivo!

Eis o vídeo:





Cumprimentos,

DS

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Nokia continua líder indiscutível

Tem-se falado muito na perda de mercado por parte da Nokia mas apesar disso, segundo a Gartner, no final do 1 trimestre deste ano a Nokia continuava a ser líder de mercado com quase 108 milhões de unidades vendidas, a quilómetros de distância do competidor mais directo, a sul coreana Samsung:




Em termos de sistemas operativos, o Android já é líder de mercado mas qual é o benefício que os respectivos fabricantes (Samsung, LG, ZTE, HTC...) retiram disso? Não muito pois têm de dividir esse sucesso com a Google, que ganha com a publicidade, e entre eles. Por isso, olhei para o gráfico da Nokia e pareceu-me ver divergências bullish e as suas cotações baterem no fundo de um canal descendente:



Votos de um bom fim-de-semana,

DS

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Acordo político alcançado

Como já tive oportunidade de referir, não costumo contribuir para o debate político aqui no blog mas, em ocasiões em que a política for determinante para a evolução da economia nacional, fá-lo-ei. Hoje é uma destas ocasiões.

De seguida irei transcrever as partes mais objectivas do acordo político recentemente alcançado entre o PSD e o CDS/PP para a próxima legislatura. O Governo de coligação terá como preocupação fundamental da sua actuação ao longo da legislatura a realização dos seguintes objectivos:

a. Gerir e resolver a grave situação financeira, assumindo os custos e as condicionantes inerentes. Para o efeito, o Governo compromete-se com a execução de um Plano de Estabilização Financeira e de um Plano de Emergência Social que proteja os mais vulneráveis, bem como com o cumprimento dos termos do Memorando de Políticas Económicas e Financeiras acordado entre o Governo Português, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional. Queremos reconstruir a confiança da comunidade internacional em Portugal e acautelar o prestígio do nosso país no processo de construção europeia e no quadro da Lusofonia;

b. Criar condições para acelerar a retoma do crescimento económico e a geração de emprego, com vista à melhoria das condições de vida dos cidadãos, apostando na valorização do trabalho e repondo a mobilidade social, especialmente para os mais jovens. O Governo promoverá o aumento da produtividade e da competitividade como via para o crescimento económico sustentado e para a criação de emprego, tornando-se um factor de segurança para os Portugueses.

c. Garantir o Estado Social através da criação de condições para a sua sustentabilidade económica, financeira e inter-geracional, evitando a exclusão social, assegurando uma mais justa repartição dos sacrifícios, mediante uma ética social na austeridade que proteja em particular os grupos mais frágeis da sociedade, nomeadamente os pensionistas com pensões mais degradadas.

d. Iniciar as transformações estruturais necessárias para um crescimento sustentável a todos os níveis: travar e reduzir o endividamento do Estado e diminuir a sua despesa, nomeadamente através da redução de estruturas e dirigentes em todos os níveis do Estado e do seu sector empresarial; assegurar o reforço da independência e da autoridade do Estado, garantindo a não partidarização das estruturas e empresas da Administração e assegurando uma cultura de mérito, excelência e rigor em todas, com enfoque na qualidade dos serviços prestados ao cidadão.

e. Abrir um novo horizonte de futuro à juventude, preparando-a para a empregabilidade e a competitividade na nova sociedade do conhecimento, actuando sobre a qualidade e a exigência do sistema de ensino com promoção do mérito, do esforço e da avaliação; e desenvolvendo a ciência, a tecnologia, a inovação, o ensino técnico-profissional e a formação contínua no mundo empresarial.

f. Aumentar a poupança, reduzir o endividamento externo, exportar mais e melhor e depender menos das importações, através de políticas adequadas de ajustamento macroeconómico e reforçando a inovação, o empreendedorismo, a acção externa coerente e uma nova política energética. Acreditamos no papel insubstituível da iniciativa privada, pelo que daremos atenção especial às PME e adoptaremos políticas que contribuam para o aumento da sua produtividade e competitividade. O Governo valorizará os novos sectores estratégicos, designadamente os que têm maior impacto nos bens transaccionáveis, dando a devida prioridade à agricultura e florestas, à economia do mar e das pescas, ao turismo e à cultura, promovendo uma política de proteção ambiental e um desenvolvimento sustentado do território, sem descurar todos os restantes sectores que contribuam para o aumento da capacidade exportadora, que será crítica no curto e médio prazo para a criação de postos de trabalho e para o aumento do rendimento.

g. Remover bloqueios e constrangimentos à recuperação económica, com especial destaque para as seguintes reformas: da concorrência e dos respectivos reguladores; do mercado de trabalho, viabilizando a empregabilidade e a contratação; do mercado de arrendamento, promovendo a mobilidade, a reabilitação urbana e a diminuição do endividamento das famílias; do sistema fiscal, valorizando nomeadamente o trabalho, a família e a poupança; da Segurança Social, garantindo a sua sustentabilidade, a solidariedade inter-geracional e a progressiva liberdade de escolha, nomeadamente dos mais jovens.

h. Reformar a justiça, tendo em vista a obtenção de decisões mais rápidas e com qualidade, tornandoa num estímulo ao desenvolvimento económico e ao investimento. Será prioridade do próximo Governo a recuperação da credibilidade, eficácia e responsabilização do sistema judicial e o combate à corrupção.

i. Promover o desenvolvimento humano e social, qualificando os portugueses para a era da globalização onde o conhecimento terá uma importância acrescida. O Governo defenderá a humanização da prestação de cuidados de saúde e a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde. O Governo reconhece a importância da economia social e pugnará pela máxima utilização da capacidade instalada, nomeadamente nos sectores da educação, saúde e solidariedade.

j. Garantir a condição primeira do exercício da liberdade, que é a segurança dos cidadãos, nomeadamente através do reforço da motivação das forças de segurança e da sua eficácia operacional.

Em termos gerais eu não diria melhor. No que diz respeito ao ponto c., penso que deveriam ter dito "restituir" em vez de "garantir", uma vez que o anterior governo foi o maior destruidor do estado social desde o 25 de Abril. Gostei do ponto d. mas gostaria que tivessem ido mais longe, tais como "nomeadamente através da redução DA PARTICIPAÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA, ACTUANDO APENAS EM SECTORES ESTRATÉGICOS". Ou seja, reestruturar as RTP's, TAP's, CP's... e depois vendê-las aos privados!

Concluindo, vem aí o tudo ou nada para o país com o qual um dia D. Afonso Henriques sonhou. Atingir a maior parte destes objectivos é a única forma de evitar que esse sonho se transforme num pesadelo...!

Boa sorte Portugal,

DS

Contágio já está aí

A solução para a Grécia é cada vez mais difícil pois, à medida que o tempo passa, a situação tem vindo a agravar-se e não a melhorar. Segundo os Credit Default Swaps (CDS) a 5 anos, a probabilidade de falência da Grécia é de 77%.

No que diz respeito a Portugal e à Irlanda, o tão temido contágio está já a acontecer pois a União Europeia não tem conseguido evitá-lo. Mais, a continuar assim, a Europa do Euro revela-se um projecto cada vez mais difícil de concretizar com sucesso...

No que diz respeito só a Portugal, a probabilidade de falência é actualmente de quase 50%. A esperança é que o próximo governo de Portugal consiga desfazer toda a porcaria que o governo anterior fez, uma tarefa que será certamente muito difícil pois a bomba da dívida já está em contagem decrescente...

Actualização: o contágio já está a chegar a nuestros hermanos pois os CDS já estão a cotar acima dos 300 (não visível no gráfico):


Cumprimentos,

DS

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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Analise técnica da Portugal Telecom

Nas últimas 3 semanas, a Portugal Telecom acumula quedas de 20%. O dividendo de 1,3€ parece ter sido a causa da violência do movimento correctivo.

Tecnicamente, estamos provavelmente perante um "Dead-Cat Bounce". Tal como mandam as regras, o volume no dia do gap é elevado. Como o nome o indica, poderemos ter um "bounce", ou seja uma reacção técnica à queda, que poderá durar cerca de 4 a 5 semanas. Eis o gráfico (cortesia da Bousorama):


No entanto, não aconselho a abertura de posições longas neste título visto que o potencial é para baixo: depois do "bounce", o normal é termos mais 9 a 10 semanas de quedas. No que este padrão pode auxiliar é na tomada de mais-valias temporárias nas posições curtas. Para além disso, foi quebrado o canal ascendente de longo prazo (ver gráfico abaixo):




Cumprimentos,

DS

terça-feira, 14 de junho de 2011

Bill Gross: os EUA estão piores que a Grécia

Bill Gross, da Pimco, cedeu ontem uma entrevista à CNBC das quais destaco as seguintes partes:

"Se adicionarmos todas as verbas devidas para cobrir as obrigações futuras em programas sociais, os EUA estão realmente em pior situação financeira do que a Grécia e outros países europeus periféricos.

Grande parte do foco está na dívida pública da nação, que é de 1.430.000 milhões de dólares. Mas isso não inclui o dinheiro garantido para a Medicare, Medicaid e Segurança Social, que totalizam os 50.000.000 milhões de dólares, segundo dados do governo.

O país também tem outras dívidas, tais como as relacionados com os programas de resgate do sistema financeiro após a crise de 2008 e 2009, mostram dados do governo.

Tomados em conjunto, Gross coloca o total da dívida soberana dos EUA em cerca de 100.000.000 milhões de dólares. Estas estimativas, embora um pouco altas, colocam o país numa posição fiscal em nada invejável e cuja solução não será encontrada do dia para a noite."

Eis o vídeo de toda a entrevista à CNBC (em Inglês):






PS: parece que o short covering está aí...

Votos de uma excelente semana.

DS

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Short covering?

Depois de terem caído uns 7%, os mercados estão agora algo sobre-vendidos.Para além disso estamos na zona dos 61.8% de retracement de Ficonacci desde os mínimos do passado mês de Março e o sentimento continua muito complacente pelo que a "música da recuperação" não deverá ter acabado ainda, apesar de não faltar muito.

Por isso, é bem provável que os mercados iniciem um short covering nos próximos dias. A "boa notícia" poderá ser um novo acordo a Grécia...

Votos de um bom feriado,

DS

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Enviada a partir do meu dispositivo móvel

sexta-feira, 3 de junho de 2011

FEFSS perde 8%

A notícia é do jornal I mas já tinha sido referido, no início de Abril, aqui no blog (ver FEFSS compra dívida nacional) o risco desta estratégia de aumentar a exposição às posições perdedoras. Já diz há muito tempo o ditado: "quando estás num buraco, pára de cavar...".

Segundo o mesmo jornal, a exposição do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) aumentou a sua exposição aos títulos de dívida pública nacional de 53 para 58%.

Concluindo, será que o FEFSS está a querer substituir-se ao Banco de Portugal ou será a gestão desse organismo público altamente politizada? Ou serão mesmo "como bois a olhar para um palácio"?? De qualquer forma, politizada ou incompetente vem dar ao mesmo, não é...?

Ver também:
Fundo da segurança social perdeu 8%. Valor dava para pagar um mês de pensões
FEFSS compra dívida nacional

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ende des Spiels

O casino ... perdão ... o índice Germânico DAX30 confirmou hoje a sua inversão de marcha para sul com a quebra da neckline de um Head & Shoulders.

Antes disso o "Deutscher Aktien IndeX" tinha ousado quebrar um canal ascendente, dando indicações para terminar as apostas ... perdão ... fechar posições:



A última mossa no casino poderá ter sido da autoria de Janet Yellen, vice-presidente da FED, durante um discurso no Japão (ver aqui).