sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

LONGO OU CURTO?

Dado o actual momento de alguma indecisão sobre qual a tendência a seguir nos próximas semanas, irei de seguida contrabalançar os factores positivos e negativos que os mercados de capitais poderão descontar.

Este é um exercício que gosto de fazer regularmente pois obriga-me a arrumar melhor as ideias acerca do que poderá influenciar os mercados e, consequentemente, qual o rumo num futuro próximo.

Desde a última vez que fiz este tipo de análise (ver "O QUE DESCONTAR?"), a vantagem dos factores positivos sobre os negativos aumentou, havendo agora 9 factores bullish contra 7 factores bearish.

Do lado dos factores que podem influenciar positivamente os mercados de acções, temos como mais importantes os seguintes:

  • Os mercados encontraram suporte na zona dos mínimos de Outubro de 2002 ou Março de 2003;
  • Os mercados encontram-se fortemente sobre vendidos, havendo inclusive divergências bullish nos gráficos diários e até pequenas divergências bullish nalguns gráficos semanais. Tecnicamente, os mercados precisam de subir para retomarem fôlego antes de poderem corrigir muito mais, o que provavelmente acontecerá;
  • Algumas acções líderes (Google, Oracle, Nokia, Portugal Telecom, etc...) estabeleceram recentemente higher lows (mínimo relativo superior) ou figuras de inversão tais como duplos fundos, head & shoulders, etc...;
  • Os EUA e o Japão com taxas de juro próximas de 0%, o Reino Unido com taxas de 1.5% e a Zona Euro com taxas de 2% estão praticamente a forçar os mais prudentes a assumirem mais risco (acções, dívida privada, etc...);
  • A eleição do novo presidente dos EUA trará algum ar fresco ao actual ambiente macro-económico. Isto apesar das suas próximas medidas - sejam elas quais forem - terem apenas impacto no longo prazo;
  • Possível novo plano fiscal/económico de 850 mil milhões de dólares já aprovado pelo Congresso, faltando apenas a aprovação pelo Senado dos EUA;
  • Todos os dias se fala na crise nos media e, por isso, o pessimismo está ao rubro;
  • O VIX e o VDAX iniciaram um movimento counter trend (contra a tendência), ou seja, de descida diminuindo assim o medo;
  • Resultados das empresas mais importantes e robustas poderão não decepcionar tanto quanto o que o mercado já descontou.

Quanto aos factores que poderão influenciar negativamente os mercados, destaco:
  • Espectro de Deflação causada pela forte descida das componentes relativas à energia e matérias primas e pelo esvaziamento das bolhas imobiliárias (EUA, UK,...) e do crédito;
  • Aumento explosivo do desemprego a nível mundial;
  • Falha do 1º plano económico em relançar a economia e o acesso ao crédito;
  • Confiança dos investidores abalada pelo caso Madoff;
  • Economias desenvolvidas mergulhadas na pior recessão da era pós segunda guerra mundial;
  • Economias emergentes em forte abrandamento (de-decoupling :-);
  • Espectro de falências em muitas empresas motivada pela forte queda dos lucros, das vendas, das margens, dos activos e do crédito disponível;

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

SOROS EM DAVOS

Desde a passada 5ª feira que as atenções estão viradas para Davos, uma pequena localidade Suíça onde se realiza todos os anos o Fórum Económico Mundial.

Estão lá muitos chefes de estado, economistas, CEO's, etc... George Soros também está lá e cedeu a seguinte entrevista à Bloomberg, que vale a pena partilhar:



Bons negócios,

Dax Speculator

DIAMANTE NO PSI-20

Tal como prometido na semana passada, vou hoje fazer uma análise à situação técnica do nosso PSI-20, o índice nas 20 maiores empresas Portuguesas cotadas na NYSE Euronext Lisboa.

Em termos semanais temos desde finais de 2007, tal como nalgumas acções que o compõem e que foram recentemente analisadas (ver, por exemplo, "SONAE EM MODO BULLISH" e "CUNHA DESCENDENTE NA BRISA"), um largo canal descendente a limitar a evolução das suas cotações.

Em Outubro o PSI-20 ficou brutalmente sobre vendido, tendo o RSI semanal chegado a um mínimo de 13.16. Posto isso e em caso de confirmação dos recentes suportes nos 5800, o presente rally deverá continuar sendo expectável forte resistência apenas na zona acima dos 7500, onde existe "por coincidência" um gap por fechar entre os 7541.22 e 7585.44:




No gráfico diário, temos um diamante que a ser quebrado em alta projectará o PSI-20 para a zona dos 8200. As várias divergências bullish (no gráfico é visível esta divergência dos preços com o momentum) e o estado sobre vendido do índice aumentam as probabilidades deste diamante ser quebrado em alta mas, para já, não se pode excluir uma quebra em baixa que levaria o índice até à zona dos 4800. Eis o gráfico:




Dax Speculator

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Boatos à moda Portuguesa

Saiu hoje no Público uma "notícia" (ver aqui) segundo a qual o BBVA teria sondado recentemente o governo sobre uma eventual entrada no capital do BCP.

Entretanto a CMVM já veio dizer (ver aqui) que "...não foi confirmada a existência desses contactos e alerta os investidores para a necessidade de cuidado na tomada de decisões de investimento com base em informação não disponibilizada pelos meios previstos na lei e em regulamento". Ou seja, para bom entendedor meia palavra basta: esses contactos nunca existiram! Alias, quero dar os meus parabéns à CMVM pelo excelente trabalho de supervisão e regulação dos mercados de capitais desempenhado nos últimos anos.

Este tipo de "notícia" revela um desespero gritante de quem as "encomenda". Porventura esse tipo de boatos virá daqueles que recorreram ao crédito para constituírem ou aumentarem as suas posições fortemente perdedoras no maior - mas não melhor - banco privado nacional. Nunca o saberemos...

Finalmente e por falar em BBVA, este irá anunciar amanhã por volta das 09h30 os seus resultados anuais relativos ao exercício de 2008 (ver aqui)

Votos de uma semana muito bull,

Dax Speculator

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

SONAE EM MODO BULLISH

A Sonae SGPS SA (Sonae) é uma holding baseada em Portugal que controla e gere uma carteira de empresas, divididas em 3 ramos: distribuição, centros comerciais e telecomunicações. O seu portfolio de negócios consiste na Sonae Distribuição SGPS SA que opera no ramo de retalho alimentar e não alimentar, na Sonae Sierra SGPS SA que detém, gere e desenvolve centros comerciais e, finalmente, na Sonaecom SGPS SA que fornece serviços de telecomunicações móveis e fixos e de multimédia. A Sonae está sediada na Maia, em Portugal.

No aspecto fundamental, destaque positivo para o excelente retorno sobre capitais próprios médio dos últimos 5 anos - 27.55% - e negativo para a elevada dívida de longo prazo que ronda os 250 vezes o capital próprio. As elevadas dívidas de longo prazo das cotadas Portuguesas são, no actual ambiente, penalizadoras.

Em termos técnicos, a Sonae está muito bullish tanto no diário como semanal. No semanal, quebrou recentemente (na 1ª semana de Janeiro) o canal descendente que vinha limitando a sua cotação desde Dezembro de 2007. Eis o gráfico:




O objectivo desta importante quebra situa-se no intervalo [0.62; 0.65] que é, "por coincidência", o último suporte significativo quebrado.

No diário, tivemos também, recentemente, acontecimentos bullish: a Sonae quebrou em alta um triângulo descendente, algo que não é muito usual mas que costuma ser muito poderoso. O objectivo deste breakout está muito perto do da quebra do canal descendente: 0.6€:




Bons investimentos,

Dax Speculator

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

CUNHA DESCENDENTE NA BRISA

A Brisa Auto Estradas de Portugal SA (Brisa), é uma holding baseada em Portugal que opera na construção, manutenção e operação de auto-estradas, bem como áreas de serviço. A Brisa é responsável pela gestão de uma rede de 11 auto-estradas em Portugal. Tem várias subsidiárias tais como a Via Verde e os consórcios Brisal e Controlauto. A Brisa opera também no Brasil, Estados Unidos, República Checa e Espanha, entre outros.

Em termos fundamentais, a Brisa é globalmente boa. Do lado positivo, o destaque vai para a excelente margem líquida dos últimos 5 anos que se situa nos 36.5%. Do lado negativo, a empresa tem uma dívida de longo prazo algo elevada mas ainda assim não tão exagerada como a da Portugal Telecom (ver "PORTUGAL TELECOM".

Tecnicamente, a Brisa não escapou ao bear market que dura desde o ano 1999/2000 (dependendo dos sectores) e que foi retomado em finais de 2007/inícios de 2008. No gráfico semanal podemos observar um canal descendente que tem limitado desde essa altura a evolução da sua cotação:




No entanto, no gráfico diário temos finalmente algumas boas notícias a dar pois estamos na presença de uma cunha descendente que poderá trazer algumas alegrias a quem está investido neste título. Assim, se a Brisa quebrar em alta a linha de tendência superior - actualmente ligeiramente acima dos 5.5€ - o objectivo seguinte será a zona dos 7.25€:




A quebra em baixa, nos últimos dias, da linha de tendência inferior é normal e até esperado neste padrão e deve ser aproveitada pelos mais agressivos para entrar em antecipação no título. A título pessoal, o único senão que vejo nesta cunha descendente é a sua fraca inclinação.

Finalmente, irei ainda esta semana procurar fazer uma análise técnica e fundamental à Sonae SGPS e/ou uma análise técnica ao PSI-20.

Uma boa semana,

Dax Speculator

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

ANALISE TECNICA DA GOOGLE

Visto que a minha última análise técnica à Google data de Outubro de 2007 (ver "GOOGLE"), é tempo de uma actualização a este ícone tecnológico.

Na altura identifiquei um presumível diamante que acabou por falhar. E porquê? Porque, revendo bem o padrão - um mais difíceis de identificar, só existe um toque nas linhas de tendência inferiores (linhas que identificam o diamante). Embora os gurus da análise técnica não obriguem à existência de pelo menos 2 toques em cada linha de tendência, a minha experiência diz-me que é fundamental que tal aconteça para que o padrão não tenha uma alta percentagem de insucesso.

Actualmente estamos na presença de outro padrão muito mais fácil de identificar: um Head & Shoulders muito semelhante ao da Portugal Telecom. Eis o gráfico, cortesia da Stockcharts:




O volume é mais elevado no ombro esquerdo, tal como ditam as regras mas o padrão ainda não foi activado pois o breakout (quebra) em alta da neckline - actualmente nos 330 USD - não foi para já convincente. Se isso acontecer, o padrão ficará então activado e o objectivo mínimo serão os 395 USD.

A minha experiência diz-me que este padrão tem elevadas probabilidades de ser activado mas, para os mais cautelosos, deve-se mesmo esperar pelo breakout dos 330 USD.

Uma boa semana a todos,

Dax Speculator

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

JIM ROGERS NA BLOOMBERG

Hoje vou partilhar mais um excelente comentário de Jim Rogers na Bloomberg, publicado no bendito Youtube.

A grande maioria de Wall Street e da comunidade financeira em geral não entende este guru, tal como acontece com Warren Buffett, porque estes estão concentrados no longo prazo e nos fundamentais de cada activo e mercado. São, por isso, normalmente contrarians: compram o que os outros vendem e vendem apenas quando os fundamentais se começam a deteriorar ou quando os preços sobem de forma explosiva.

Enquanto isso, a comunidade financeira em geral está demasiada concentrada no curto prazo e, pior ainda, no que está a acontecer nos mercados: presente e passado.

Eis o vídeo, a não perder:



Votos de um fim-de-semana com muita neve,

Dax Speculator

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

H&S INVERTIDO NO DAX

Hoje vou abordar o curto prazo no índice das 30 maiores empresas Alemãs - o DAX 30 - mais conhecido por DAX.

O DAX validou na passada 6ª feira um Head & Shoulders invertido de curto prazo ao fechar acima dos 4820, valor aproximado da neckline.

Eis o gráfico de 90 minutos, cortesia da Quote.com:



Com este breakout, o 1º objectivo ou target são os 5515.

Bons negócios,

Dax Speculator

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

BREAKOUT DOS 899

Na minha penúltima mensagem (ver "899"), previa-se que a quebra em fecho semanal desta resistência fosse explosiva:

"Se o S&P 500 fechar hoje acima dos 899, forte resistência semanal, a situação técnica de médio prazo ficará muito bullish..."

E assim aconteceu! Na passada 6ª feira o S&P 500 fechou nos 931.8 - um ganho superior a 3% - quebrando em fecho semanal esta importante resistência.

Tal como referido na altura, acima dos 899, temos de voltar a 2004 para encontrar uma resistência digna desse nome. Essa resistência, que foi um importante suporte na correcção de Março a Agosto de 2004, encontra-se nos 1064 que se prevê que seja o alvo mínimo deste rally. Eis o gráfico da correcção em 2004 onde os 1064 funcionaram como suporte semanal (cortesia da Stockcharts):



Uma boa semana,

Dax Speculator