quarta-feira, 26 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

ZEW volta a cair

O ZEW voltou a cair pela 7ª vez consecutiva e situa-se agora nos -43.3 pontos, valor que só foi visto em Dezembro de 2008 quando o índice que mede a confiança dos empresários Alemães estava nos -45.2 pontos. A média histórica é de 25.6 pontos. Eis o gráfico do ZEW desde Outubro de 2006:



Sobre o ZEW não há muito mais a dizer a não ser que é cada vez mais provável que a economia Alemã - e da maioria dos países desenvolvidos - entre em double-dip.

Quanto ao DAX, este reagiu muito mal nos 38.2% de retracement de Fibonacci e caminha agora a passos largos para os mínimos de Agosto passado, ou seja, para a zona dos 5000. Resta ver como será a reacção aí mas tudo indica que este suporte será quebrado...

Ver também:

DAX nos 38.2% de Fibonacci
Warren Buffett: ainda estamos em recessão

Cumprimentos,

DS

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

DAX nos 38.2% de Fibonacci

O DAX chegou hoje aos 38.2% de retracement de Fibonacci da sua onda w3 (não visível no gráfico), iniciada no início do mês de Julho. Eis o gráfico (cortesia da MarketWatch):


DAX

Se o DAX conseguir ir mais longe, algo que ainda considero possível, os 50% retracement de Fibonacci, ou seja, os 6250 são o próximo objectivo. De salientar ainda a forte resistência na zona dos 6200, que já tinha funcionado anteriormente como resistência em Abril de 2006 e como suporte em Março de 2008.

O comissário Europeu José Manuel Durão Barroso vai apresentar hoje um plano para recapitalizar os bancos Europeus. A ver vamos se sai dali alguma coisa de jeito mas já tenho um pressentimento que este será mais um plano de "tanga" pois apresentar um plano de recapitalização sem antes ter um plano credível de reestruturação da dívida Grega não faz sentido: é por o carro à frente dos bois...

Cumprimentos,

DS


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A crise da Dívida nos EUA

Ou porque a Europa está certa e Obama está errado

Eis o comentário, traduzido para Português, de Michael Sauga, editor da revista Alemã "Der Spiegel". O que estiver entre chavetas ([]) são comentários meus:

"O presidente dos EUA, Barack Obama, sugeriu recentemente que a Europa deve assumir mais dívida para estimular a economia. Em primeiro lugar, foi essa confiança no dinheiro barato que nos levou à crise actual - tanto na Europa como nos EUA. O problema da América não é ter pouco dinheiro. É a falta de produtos competitivos.

"O Jarro Quebrado" é uma das peças mais frequentemente encenadas nos teatros Alemães. Com o juiz Adão, de uma pequena localidade, que julga um crime que ele próprio cometeu, Heinrich Von Kleist criou uma das figuras clássicas de comédia da literatura mundial.

Actualmente, Barack Obama parece estar a retratar uma versão moderna do juiz de Kleist. Ele é cada vez mais crítico em relação aos Europeus por supostamente terem exacerbado a crise económica em curso com a sua prudência. O seu público, no entanto, parece sentir que a situação pela qual Obama lamenta teve origem no seu próprio país.

Ela decorre de uma doutrina que dominou o pensamento económico nas duas últimas décadas e é composta por dois elementos: turbo-capitalismo, cujo único princípio é que qualquer regulação dos mercados financeiros inibe o crescimento, e o seu mais obsequioso, mas não menos perigoso irmão, turbo-keynesianismo.

Os economistas americanos, presidentes de bancos centrais e formuladores de política fiscal têm reinterpretado a ideia inteligente do economista britânico John Maynard Keynes de que o consumo público, ou seja, o aumento da presença do estado na economia é a melhor maneira de contrariar uma recessão económica grave e transformaram-na numa receita permanente. Na versão deles da teoria Keynesiana, uma diminuição do crescimento ou um declínio dos preços das acções solicita os bancos centrais e os governos, respectivamente, a baixar imediatamente as taxas de juros e a lançaram programas de estímulo económico. Os economistas dos EUA chamam a isso "dar um pontapé inicial" na economia [como se de futebol se tratasse].

Lançando as bases para o próximo "crash"

O único problema [único mas suficientemente grande para estragar a "estratégia" destes "génios"] é que este método de encorajar o crescimento não tem estimulado a economia Norte-Americana nos últimos anos mas, pelo contrário, colocou-a em rota de colisão. Desde a crise Asiática, passando pela bolha tecnológica e acabando na bolha imobiliária e do "subprime", os programas de estímulo económico encorajados pelos formuladores de políticas monetária e fiscal têm sido regularmente as bases para o próximo acidente em vez de encorajar o crescimento sustentável. Por exemplo, na última década, o volume de empréstimos nos Estados Unidos cresceu cinco vezes mais do que a economia real.

O dinheiro barato foi o adubo para os excessos do sector financeiro dos EUA. As taxas de juros baixas seduziram os correctores de hipotecas a convencer mesmo os sem-abrigo a pedir créditos hipotecários. E as mesmas taxas tornaram mais fácil aos bancos de investimento e "hedge funds", usando estruturas de empréstimos cada vez mais arriscadas, transformar os outrora vagarosos sectores seguradores e obrigaccionistas em autênticos casinos.

Agora a bolha estourou. No entanto, isso não fez com que o governo dos EUA concluísse que as suas prescrições poderão ter sido erradas. Pelo contrário, agora querem aumentar a dose. Obama tem planos para continuar o muito mal sucedido programa de estímulo económico de 2008 através de um novo programa para este ano. Enquanto isso, o presidente da Reserva Federal Ben Bernanke diz que pretende inundar a economia com liquidez barata - durante anos, se necessário.

O verdadeiro problema, porém, é um diferente. Na economia Norte-Americana não falta dinheiro. Em vez disso, faltam produtos que possam competir no mercado global. O país tem um profundo défice comercial mas a administração Obama está a pedir dinheiro emprestado quase ao mesmo ritmo do que a falida Grécia.

Um fim rápido

Nem mesmo o sector financeiro, com a sua afeição por dinheiro barato, acredita que este é o caminho para os Estados Unidos saírem da crise. Quando a Fed anunciou recentemente a nova versão da sua política de taxas de juro baixas, que ficou conhecida como "Twist", os mercados accionistas resvalaram em vez do impulso esperado.

É ainda mais desconcertante que Obama esteja agora a recomendar aos Europeus que imitem a sua estratégia falhada. Para salvar o Euro, o presidente propôs que a Europa assuma mais dívida para aumentar os seus fundos de resgate e estimular as suas economias. Como um médico apanhado a prescrever esteróides, Obama não escolheu terminar as suas actividades. Pelo contrário, ele tenta garantir que o máximo número de pessoas possível tenham acesso às suas drogas.

O facto de que os Europeus não estão dispostos a cumprir com a estranha lógica de Obama dá motivo para esperança. Não faz sentido acumular mais e mais dívida em cima de pilhas de dívida já instáveis. O mundo não tem pouca dívida, tem muita.

Obama deve rever o seu conselho, ou ele poderá acabar como o juiz da pequena aldeia na comédia de Kleist. Quando sua fraude foi descoberta, ele foi forçado a fugir e os seus dias como juiz chegaram rapidamente ao fim."

Quem quiser ler o artigo na versão Inglesa pode fazê-lo aqui. Quem quiser a versão em Alemão, pode fazê-lo aqui (com assinatura).


Votos de um excelente fim-de-semana,

DS

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A crise segundo Einstein

Visto que ultimamente só se fala de crise, parecce-me oportuna esta definição de crise segundo um dos maiores cérebros da humanidade: Albert Einstein. Eis o que significava a crise para ele:

Não vamos fingir que as coisas vão mudar se continuarmos fazendo as mesmas coisas. A crise pode ser uma bênção real para qualquer pessoa, para qualquer nação. Pois todas as crises trazem progresso.

Tal como o dia nasce da noite escura, a criatividade nasce da angústia. É na crise que a invenção, as descobertas e as grandes estratégias nascem. Quem supera crise, supera-se a si mesmo, sem ficar superado. Quem culpa a crise do seu fracasso negligencia o seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. Incompetência é a verdadeira crise.

O maior inconveniente de pessoas e nações é a preguiça com a qual eles tentam encontrar as soluções para seus problemas. Não há desafio sem uma crise. Sem desafios, a vida torna-se numa rotina, uma lenta agonia. Não há mérito sem crise. É na crise que podemos mostrar o melhor de nós. Sem uma crise, qualquer vento torna-se num toque macio. Falar da crise é promovê-la. Não falar dela é exaltar o conformismo. Em vez disso, vamos trabalhar duro.

Vamos parar de uma vez por todas a crise ameaçadora que representa a tragédia de não estar disposto a superá-la.

Cumprimentos,

DS

Dejá vu

Eis um gráfico da parte da equipa do Citi que mereceu a minha especial atenção. O título do estudo é: "para aqueles que não acreditam, a história repete-se mesmo". Os analistas do Citi descobriram que o fecho do S&P 500 no passado dia 3 de Outubro foi o mesmo que há exactamente 3 anos atrás, ou seja, no dia 03 de Outubro de 2008. Em ambos os dias o S&P viria a fechar nos 1099.23. Eis o gráfico (cortesia do Business Insider):


Já sabemos o que aconteceu depois do fatídico dia 03 de Outubro 2008: os jogadores...perdão os investidores...entraram em pânico e, em apenas 5 sessões, o S&P 500 perdeu 24%!

Mas há mais uma curiosidade que não sei se estará no estudo do Citi pois não tive acesso a ele: o passado dia 03 de Outubro foi um "90/90 down day". Já em 2008, houve uma porrada de sessões deste tipo: os dias 09,15,17 e 29 de Setembro foram todos "90/90 down days"...

Ver também:

Correcção à vista?
Chart of the day: For Those Who Don't Believe That History Repeats Itself...


Cumprimentos,

DS

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Análise técnica da Apple

A Apple (AAPL), que se encontra-se limitada por um canal ascendente desde meados de 2010, parece querer testar a linha de tendência (LT) inferior do canal.

Ainda não sei como será a reacção a essa LT mas presumo que haverá algum tipo de reacção positiva, nem que seja de pouca dura. No entanto, convém salientar que tem havido alguma distribuição nas últimas semanas, como se pode ver pelo volume assinalado no gráfico (cortesia da MarketWatch):


Hoje, o novo CEO da Apple irá apresentar o iPhone5. A ver vamos mas os rumores que correm é que não terá grandes novidades: o processador um pouco mais rápido (da ARM, um ecrã de 3.5'' a 4'' e uma câmara de 8M pixels...

Cumprimentos,

DS

domingo, 2 de outubro de 2011

Nein, Nein, nein, e a morte da UE União Fiscal

O último artigo de Ambrose Evans-Pritchard, editor de negócios internacionais do "The Telegraph", é algo pessimista mas ilustra bem o que os mercados temem. Eis alguns excertos, em Português:

"A julgar pelo comentário, tem havido um mal-entendido colossal no mundo em torno do que acabou de acontecer na Alemanha. O significado da votação de ontem (Ambrose refere-se à votação da passada 5ª feira) pelo Bundestag para tornar o EFSF (de 440 M€) mais flexível, não quer dizer que o resultado tenha sido um "Sim".

Este consentimento foi uma conclusão precipitada, dado o apoio da oposição democrata Social e Verdes. Em qualquer caso, o voto apenas ratifica o acordo alcançado pela UE há mais de 2 meses - o que é muito pouco, vem tarde demais e tornou-se em grande parte inútil pela volatilidade e velocidade dos recentes eventos.

O significado é totalmente o oposto. O debate furioso sobre a erosão da soberania fiscal e democracia Alemá - bem como os custos crescentes da máquina de resgate da UE - tornou absolutamente claro que o Bundestag não vai sustentar as ruínas de uma união monetária por muito mais tempo.

Horst Seehofer, líder dos cristãos Sociais da Baviera, disse que o seu partido iria "até aqui, e não mais longe".

A questão de se aumentar o capital do EFSF para € 2,000 mil milhões de Euros ou qualquer outra quantia, seja por alavancagem ou por outras formas menos convencionais nem sequer se põe! "Os mercados financeiros estão a começar a perguntar se os Alemães podem pagar toda essa ajuda. Não devemos por em risco a solvabilidade do estado Alemão", disse ele.
"

Pessoalmente, sou da opinião de que a Europa conseguirá sair desta crise fortalecida mas sem antes apertar bem os calos aos prevaricadores: sobretudo a Grécia, Portugal e a Irlanda.

Leia o resto do artigo (em Inglês) aqui.

Cumprimentos bearish,

DS