terça-feira, 20 de maio de 2008

E AGORA?

Após os desenvolvimentos de ontem nos mercados Americanos, nomeadamente no índice ao qual dou maior importância - o S&P 500 - é tempo de fazer uma actualização à situação actual dos mercados internacionais.

Desde o dia 11 de Março, altura em que alertei para a possibilidade de termos um forte rally/short covering (ver "THE EXPECTED RALLYE IS HERE"), o S&P 500 e o DAX subiram 12%. Estas subidas foram suportadas pela agressividade da FED e pelo pacote de estímulo fiscal da administração Americana conhecido por "Rebate Check". Na altura dei como mais prováveis targets os 50% de retracement de Fibonacci, ou seja, 7272 no DAX e 1417 no S&P 500. No S&P 500 esse valor já foi atingido no início deste mês. No DAX estivemos ontem muito perto dos 7272, fixando um máximo de 7231.

No entanto ontem surgiu o 1º sinal de alarme para quem tem posições longas no S&P 500: uma high wave (ver explicação do padrão aqui) no gráfico diário. Há também que destacar as divergências no histograma do MACD e no ROC (Rate Of Change) visíveis desde o início do mês de Maio:





Estes são vários sinais de alarme para quem está longo. Não são sinais de abertura de contratos de futuros short ou compra de opções put, pelo menos para já. Como tal, há que agir em conformidade. Dax Speculator já agiu!

Para finalizar e em jeito de brainstorming, voltemos a analisar os factores a favor e contra a continuação deste rally. Assim, os factores favoráveis para continuar a subir são:


  • Eleições Americanas em Novembro (É sabido que existe o chamado ciclo presidencial nos mercados de capitiais e está mais que provado que este é um dos mais importantes ciclos, com uma duração de 4 anos);
  • Forte estímulo por parte da FED ao baixar as taxas de juro 7 vezes consecutivas para os 2%;
  • Estímulo fiscal por parte da administração Americana ("Rebate check");
  • Jogos Olímpicos em Agosto na China e Europeu de Futebol em Junho na Austria e Suiça;
  • Forte referência e suporte nos 38.2% de Fibonacci ("38.2%!");
  • Possível descida da inflação causada pela descida das componentes relativas à energia e matérias primas (o PPI saiu hoje, as 13H30, nos 0.2% abaixo dos 0.4% esperados baixando o valor anual para 6.5%).


E os factores desfavoráveis são:


  • Economia Americana continua muito débil com os sectores da construção, financeiro e serviços relacionados já em recessão e a ameaçarem, por contágio, outras áreas da economia;
  • Espectro de mais falências e continuadas perdas no sector financeiro que, pelas mais recentes estimativas, deverão aumentar em 170 mil milhões de dólares as já reconhecidas perdas de 380 mil milhões de dólares, podendo assim alcançar valores na ordem dos 550 mil milhões de dólares;
  • Forte e continuada pressão no consumidor Americano - causada pelo rebentamento da bolha imobiliária e do crédito, subida do desemprego e, até agora, da inflação - deverá limitar o crescimento do consumo;
  • Economia Europeia a dar já sinais de debilidade (desafiando os defensores do decoupling) com a Alemanha a crescer apenas 0.5% no 1º trimestre de 2008 relativamente ao mesmo trimestre de 2007 (no qual tinha crescido 1%);
  • Resultados das corporações Americanas, influenciados negativamente pela recente queda do crescimento Europeu, poderão continuar a decepcionar Wall Street;
  • Possível - embora menos provável - subida da inflação causada pela continuada subida das componentes relativas à energia e matérias primas.
  • Mercados continuam abaixo das importantes referências quebradas em Janeiro nos principais índices que, no S&P 500, se situam nos [1430;1470].


Bons negócios,

Dax Speculator

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