quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Falta fazer cumprir

Não basta publicar leis, é preciso fazer cumprir. Mas em Portugal isso não acontece: existe uma parafernália de leis, decretos-leis e despachos e mais não sei o quê mas não se faz cumprir quase nada.

O exemplo dos carros poluentes que andam para aí a deitar fumo azul vem-me agora à cabeça. Das duas uma: ou estes não foram à inspecção ou "compraram-na"... De qualquer maneira, não adianta haver inspecções obrigatórias se não se faz cumprir quem não cumpre a não ser que o objectivo nunca fosse a segurança, a prevenção ou o ambiente mas sim as negociatas dos 30 e tal euros anuais que quem cumpre tem de pagar aos centros de Inspecção Periódica Obrigatória.

Na regulação Portuguesa passa-se o mesmo. O Banco de Portugal (BdP) já tinha proibido o Banco Espírito Santo, S.A. (BES) de aumentar a sua exposição a outras entidades do Grupo Espírito Santo mas, a julgar pelo comunicado do BdP sobre a aplicação de medida de resolução ao BES, isso caiu em "ouvidos de mercador" e lá se foram mais 1.5 mil milhões de euros pela janela fora e que os contribuintes terão de pagar:

"...
No dia 30 de julho, o Banco Espírito Santo, S.A. anunciou prejuízos que ultrapassaram largamente os valores previsíveis à luz da informação até então disponibilizada pelo Banco Espírito Santo, S.A. e pelo seu auditor externo.

Os resultados divulgados em 30 de julho refletem a prática de atos de gestão gravemente prejudiciais aos interesses do Banco Espírito Santo, S.A. e a violação de determinações do Banco de Portugal que proibiam o aumento da exposição a outras entidades do Grupo Espírito Santo. Estes factos tiveram lugar durante o mandato da anterior administração do Banco Espírito Santo, S.A.. Atos praticados num momento em que a substituição da anterior administração estava já anunciada traduziram-se num prejuízo adicional na ordem de 1,5 mil milhões de euros face ao expectável na sequência da comunicação do Banco Espírito Santo, S.A. ao mercado datada de 10 de julho.
...
"

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